quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A idade do tempo


Conheci o Rodolfo quando ele veio pra Porto trabalhar no cd da Danni Calixto, músico e produtor. O cara é de uma simpatia e alegria contagiantes, gente boa, sabe? Naquela época eu tinha composto uma música pra Danni e comecei a atucanar o cara pra ele pegar letra minha e tal. Bem, depois de algumas tentativas em que eu mais queria mostrar erudição do que compreender o que era sua música finalmente acertei a mão. Bem, pelo menos foi o que ele me disse. Sempre generoso e atento, o Rodolfo. Deve ser verdade e o resultado foi nossa primeira parceria gravada: Lentas horas. Lembro do processo, ele mandava por e-mail os mp3 e eu ficava catando sílaba em cima da melodia pontuada pelo piano. Trabalho difícil, mas muito prazeroso feito no frio, café fumegante esperando a primavera chegar.

Agora o Rodolfo lança seu primeiro solo: A idade do tempo. Tal a Idade da razão de Sartre a busca é pelo caminho próprio, pelo entendimento do que é a vida e a arte. É MPB e é pop. Mineiramente pop. Leve e denso quando necessário, os arranjos são preciosos, muitos toques de eletrônico e tem aquelas harmonias estendidas e invertidas, coisa de quem estudou e tem sensibilidade, para emoldurar as belas melodias. Rodolfo escreve também. A faixa que dá nome ao cd é uma belíssima letra com instrumental pesado. Brinquei com ele, ficaria muito bem numa banda de metal! Disse ele que sabia que os gaúchos iam gostar dessa.


Rodolfo já tem uma estrada na música. Estrada essa que passa por Rio de janeiro, sua cidade natal, por Porto Alegre, Quebec, desemboca em Belo Horizonte e daí que se espraiar ainda mais pro mundão. Desde muito cedo, das épocas do Palácio das Artes, lida com a composição e o arranjo. Já tocou com Beto Guedes, dividiu palco com Zeca Baleiro e Paulinho Moska, foi pro Canadá e voltou. Compôs para Paulinho Pedra Azul, Paula Santoro, Gaia (do Canadá), Danni Calixto, Lucia Severo e Bob Tostes. Co-produziu e arranjou os CDs de Celso Pennini, Danni Calixto, Johnny sem Telefone, Rodrigo Vidal, Contrasti entre outros...

As participações são preciosas: Lô Borges , Beto Guedes , Claudio Venturini toca guitarra em "Enquanto Espero", Sacha Daoud declamando e Fernanda Takai empresta sua doce voz em "Longe do Chão", uma delícia! Não podia deixar de citar que os baixos gravados são muito bons, incluindo um solo inspiradíssimo na música O que ninguém ensina, do Adriano Campagnani, baixista do Kid Abelha e do Beto Guedes.

Vale a pena visitar seu site pra conhecer mais desse artista, ouvir as músicas, entender o processo de gravação de um trabalho independente e de coração. Vai lá: www.rodolfomendes.com.br

O homem lúcido

Um amigo mandou, disse que viu no filme Separações, do Domingos Oliveira. Gostou tanto que buscou na internet. Disse também que o filme é ótimo, a história de um casamento de 12 anos. Trabalham juntos, são apegadíssimos, mas se sentem asfixiados. Procura pelo filme, o texto, maravilhoso, está aqui embaixo:

O homem lúcido

O homem lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções que nunca se entusiasma com ela, assim como não teme a morte. O homem lúcido sabe que viver e morrer são o mesmo em matéria de valor, posto que a Vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode ser considerada um mal. O homem lúcido sabe que é o equilibrista na corda bamba da existência. Sabe que, por opção ou acidente, é possível cair no abismo, a qualquer momento, interrompendo a sessão do circo.

Pode também o homem lúcido optar pela Vida. Aí então, ele esgotará todas as suas possibilidades. Passeará por seu campo aberto e por suas vielas floridas. Saberá ver a beleza em tudo. Terá amantes, amigos, ideais. Urdirá planos e os realizará. Resistirá aos infortúnios e até às doenças. E, se atingido por algum desses emissários, saberá suportá-los com coragem e mansidão. Morrerá o homem lúcido de causas naturais e em idade avançada, cercado por filhos e netos que seguirão sua magnífica aventura. Pairará então, sobre sua memória uma aura de bondade. Dir-se-á: aquele amou muito e fez bem às pessoas.

A justa lei máxima da natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem iguale-se sempre à quantidade de acontecimentos favoráveis. O homem lúcido que optou pela Vida, com o consentimento dos Deuses, tem o poder magno de alterar esta lei. Na sua vida, os acontecimentos favoráveis estarão sempre em maioria.
Esta é uma cortesia que a Natureza faz com os homens lúcidos.

Texto caldaico do séc VI a.c.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Sábado na Vila



Conforme o combinado com o pessoal da Moradia e Cidadania fomos, Gastón e eu, participar de um evento patrocinado pelo COEP, na Vila dos Papeleiros (na imagem, esse campão vazio, depois do incêndio, antes das casas novas). Chuvinha fina e vento cortante, ingredientes básicos do inverno gaudério, não esmoreceram a vontade do pessoal em fazer um trabalho bacana. Tinha gente da odonto ensinando a molecada a escovar os dentes, recreação, distribuição de vermífugos pra cuscaiada, apresentação do Afro-Tchê e da banda da BM e claro, nosotros querendo mostrar trabalho. Não deu, muita confusão, saudável confusão, mas não rolou. Acabou sendo uma boa oportunidade de fazermos uma aproximação maior com aquela comunidade. O trabalho vai continuar e será a longo prazo, como é melhor mesmo. Foi importante constatar que mesmo numa data festiva a criançada ficava praticamente sozinha. Os pais não apareceram, alguns ficaram em casa, outros bebendo no boteco, somente as lideranças comunitárias estavam presentes. Difícil pensar que talvez essa ausência tenha se devido ao fato que não houve "presentinho", "cestinha básica", ou coisa que o valha. É uma constatação, essa comunidade, em que vários tentam se organizar em cooperativas de catadores de lixo reciclável, vive da assistência dos governos. O local, espremido entre a Castelo Branco e a Voluntários da Pátria, caminhos para saída ou entrada da cidade já foi bem mais degradado...quando conheci, fazem alguns anos, foi duro, lixo e pessoas se misturando. Depois de uma tragédia, que elas acontecem aos montes com os mais pobres, um incêndio que ninguém sabe como começou, foi feito um esforço muito grande para melhorar a qualidade de vida dos moradores do local. Hoje é uma rica duma vilinha, casas conjugadas de alvenaria, uma creche exemplar, praça, pô, ficou bacana mesmo!! O desafio agora é conter a nova degradação, pois antes mesmo das paredes serem pichadas e o reboco não aguentar a humidade, será o ser humano o primeiro a ruir. Essa é nossa missão. Mais que MORADIA, vivenciar uma verdadeira CIDADANIA. Em baixo o link do COEP:

http://www.coepbrasil.org.br/coep/regional/rs.asp

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Um ano depois mais uma noite sem fim

A banda agradece penhoradamente os esforços da casa onde tocamos ontem!! Esforços esses que nos fizeram sentir mais fortes e confiantes. Esse negócio da música na noite e a relação com os "contratantes" que, sem contrato, pensam em fazer qualquer coisa que lhes dê na telha em detrimento das coisas acertadas anteriormente dão no saco mas ajudam a gente a fazer uma melhor escolha dos lugares onde vamos trabalhar.

Tá bom, deu rolo afú!!!!!!!

Ao mesmo tempo fico pensando em como certas relações azedam a um ponto de parecerem não ter mais retorno e se enfiar numa espiral de desentendimento e ódio. Falta comunicação, eu sei que peco bastante nesse sentido e por isso tento melhorar...isso de escrever é uma tentativa, se válida ou não o tempo dirá.

Agradeço e muito a presença dos amigos, se não esqueço, São Borja, PATI, Cris, minha mana e mãe, Gabriel e sua guria, Nenê e família, Tiagão, leandro, Vinícius, deve ter mais gente que me esqueço no momento. E a Baby, sempre!!Mas o campeão da noite foi o Beleza resolveu os problemas e ainda desopilou o fígado, valeu, Bel!! O Duke tocou muito e no sábado ensaiaremos com o Ale Mendes, batera de mão cheia e voz dadivosa, o Mocotó cresce e não pode parar!!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Feliz aniversário para todos nós!!!!!





Um ano passa rápido e tomara que todos os próximos sejam assim!! Agosto, mês do Ma.Ca.CO. Louco, mês da façanha mais Colorada de todas, mais que o fim de ano em dezembro, Barcelona no Japão. Sem Agosto não teríamos o doce sabor da vitoria na terra do sol nascente, em agosto renasce um clube, o maior de todos, para seus adoradores, e nesse dia, o maior de todos para todos que o viram...obrigado INTER!!!!

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Porque Mocotó?



Por causa disso, banda nova com um nome esquisito. Tem conceito, se me derem tempo pra pensar... Esse é um flyer de um show da banda, duas violas e um Dj. O mais importante, para mim, é a descoberta da capacidade de colocar a minha voz junto com o instrumental, sério, coisa nova, mesmo para um músico razoavelmente rodado. na sequência, desde a esquerda, Délcio Beleza, Duke Jay (em pé) e esse que posta. Tem comuna no orkut, vai lá: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=35277866

Parceria

Procurar por Vila Brasil código livre, o Blog do Serraria, onde ele coloca a história dele na gravação do seu primeiro cd solo, vai lá, tem coisas da nossa parceria bem bacanas! Deixa eu ver se é assim...http://vilabrasilcodigolivre.blogspot.com/ ...hum, parece que funcionou!! O caminho é árduo mas é promissor, amanhã ou depois vou falar do outro parceiro, Rodolfo Mendes, músico de BH que acaba de lançar seu 1° cd, A idade do tempo.

Continuando...

...o que eu tava falando antes...daquela visita à CEF resultou a aprovação de um projeto, oficinas de sexualidade com ênfase nas questões de gênero e no planejamento familiar para a população das Vilas Sta Terezinha e Papeleiros. Depois desse texto vou colocar o projeto no Blog.

Mas o nome da função é Mocotó Elétrico então vamos colocar um tempero diferente desse vez:

mañana tem show no café da Oca, cantoria com o Délcio Beleza e o Duke Jay. Tb vou tentar comemorar o aniversário de um ano de Libertadores...putz, já se passou esse tempo todo daquela noite que ainda não acabou! Foi um barato muito loco, passou voando por cima da minha cabeça...

Sem brigar com a tentação de fazer desse espaço uma espécie de diário catanárquico ou anárquicocatársênico deixo dito que vou gravar Jaqueline Nega Diaba agora de tarde, com o Serraria, coisa pro disco dele.

O projeto aquele, aqui embaixo:


Projeto Geração Consciente/ Vila Sta. Terezinha/Papeleiros

APRESENTAÇÃO

Este projeto surge da parceria desenvolvia entre os oficineiros do COMITÊ GERAÇÃO CONSCIENTE e a ONG Moradia e Cidadania. A partir da experiência em oficinas com a temática do Planejamento Familiar realizadas nos últimos três anos, observamos um melhor resultado através do acompanhamento mais regular das Oficinas com a criação de vínculos entre oficineiros e o público permitindo o aprofundamento da proposta, como demonstrado na nossa participação no ano de 2006 na Cooperativa Elo Dourado, na Lomba do Pinheiro e o Projeto de Sexualidade desenvolvido na Escola Municipal Morro da Cruz.

JUSTIFICATIVA

O planejamento familiar, política que vem tendo reconhecida sua importância, juntamente com a temática da sexualidade quando desenvolvidos de maneira mais integrada conseguem resultados importantes na abordagem de temas como a prevenção de gravidez indesejada, o preconceito e o machismos, a prevenção de DSTs e AIDS, a auto estima, os cuidados com a saúde e o corpo e os direitos do cidadão, podendo contribuir na melhoria de vida das pessoas participantes assim como das comunidades onde são realizados os encontros.

OBJETIVOS

Utilizar o espaço formal comunitário constituído pela população das Vilas Santa Terezinha e dos Papeleiros para a criação de um ambiente de troca, de educação e esclarecimento de dúvidas.

Ampliação do debate sobre questões relativas aos direitos humanos, gênero, discriminação e preconceito;

Conscientização do público alvo sobre a importância do uso de métodos contraceptivos, uso de preservativos em todas as relações sexuais e estimulação da sua capacidade crítica em relação a sua sexualidade, diminuindo, com isso, os índices de gravidez indesejadas e a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
Estabelecer um contato mais efetivo entre a população assistida pelo projeto e o posto de saúde referência e seus agentes.

Sensibilização dos gestores de saúde e de educação para implementação de programas articulados de educação preventiva e promoção da saúde;

Formação de jovens e adultos que disseminem a idéia de sexo seguro e possam ajudar outros jovens a compreender melhor sua sexualidade, vivendo-a com responsabilidade;

Criar condições para a implementação de projetos dentro da Casa Brasil que visam desenvolver oficinas com outras temáticas que envolvam as questões econômicas do planejamento familiar, aprofundamento das questões de gênero, economia solidária, geração de renda, etc, com a possibilidade de envolver adolescentes e crianças pertencentes àquelas comunidades.

METODOLOGIA

Serão realizados encontros quinzenais, uma semana para cada grupo de mulheres já vinculadas ao Sase da comunidade, que estão funcionando regularmente nesse horário, pelo período de três meses. Esses encontros terão a duração de uma hora, às terças feiras pela manhã.
Como ação inicial será feita explanação dos objetivos gerais que motivam o Projeto a ser implantado na comunidade e como se pretende desenvolver o trabalho. As Oficinas que acontecerão posteriormente contemplarão as demandas oriundas do grupo participante, demandas essas que serão incluídas nos próximos encontros. Com isso adequamos os interesses e necessidades da comunidade. Após a realização de cada encontro será feita avaliação junto aos participantes das oficinas sobre a eficácia das ferramentas utilizadas durante a oficina.

As Oficinas serão compostas das seguintes etapas:
1° parte: 20 minutos – Introdução aos temas do dia:
Utilização da técnica BIODANÇA do Psicólogo chileno Rolando Toro que promove a interação do grupo para sensibilização e preparação ao tema. O objetivo do uso desta metodologia nesta etapa das Oficinas também éambientalizar os presentes em ação de integração das pessoas e torná-las receptivas para o conteúdo que será focalizado no dia.

2° parte: O facilitador que dirigiu a técnica de interação com público presente faz a introdução à segunda etapa. Através de dinâmicas e jogos que permitem uma maior interação entre os participantes e uma “quebrada de gelo”, serão abordados os temas do dia. Perguntas formuladas pelos presente serão trazidas ao grupo, debatidas e respondidas pela equipe, realçando a importância de uma construção coletiva baseada na experiência dos participantes.

3° parte: Fechamento com a avaliação e diálogo com o público presente à Oficina sobre as atividades desenvolvidas no encontro. Nesta etapa serão ouvidas as demandas do público em relação ao tema a ser
desenvolvido nas oficinas seguintes.

Temáticas por encontro:

1° Tema: Gênero – 2 encontros

Objetivo: Abordar as questões de gênero relativizando as formas de ser masculino e feminino. Pensar os efeitos das relações estereotipadas de gênero no cotidiano das pessoas e na vivência da sexualidade.

Sugestões de Atividades: Jogo de batata-quente com debate de frases estereotipadas sobre gênero; confecção de cartazes com listagem das vantagens de ser do sexo oposto.

2° Tema: Corpo – 2 encontros

Objetivo: Trabalhar questões relacionadas ao corpo, tais como: mudança corporal decorrente do crescimento, diferenças corporais entre mulheres e homens (fisiologia), detalhamento do corpo masculino e feminino pensando nas questões físicas e culturais envolvidas (ideologia e mídia), auto-conhecimento, auto-cuidado e os diferentes mitos relacionados aos sexos.

Sugestões de Atividades: Confecção de cartazes sobre as diferenças do corpo masculino e feminino; utilização de cartazes prontos ou modelos; dinâmica do concordo e não concordo com frases sobre o assunto; apresentação de perguntas para debates em pequenos grupos; trabalho sobre perguntas feitas pelos participantes.

3° Tema: Métodos Contraceptivos – 2 encontros

Objetivo: questões referentes ao corpo e introduzir discussões acerca dos métodos de prevenção, exposição dos diferentes métodos e como usa-los, onde buscar e os direitos da cidadania nas questões da saúde sexual.

Sugestões de Atividades: Dinâmica do concordo e não concordo com frases sobre o assunto; apresentação de modelos corporais e de métodos; apresentação de vídeos informativos ou de cartazes informativos.

4° Tema: Prevenção e saúde – 2 encontros

Objetivo: Retomar a questão do corpo e dos métodos anticoncepcionais e introduzir a discussão das DST´s, HIV/AIDS, abordar as representações das doenças, abordar a questão da observação do corpo, auto-cuidado e busca da rede de saúde.

Sugestões de Atividades: Dinâmica da festa; dinâmica sobre a busca da rede de saúde.

5° Tema: Família, violência, drogas, preconceito e a recapitulação dos temas anteriormente abordados – 4 encontros.

Objetivo: Abordar as diversas formas de estrutura familiar, a violência intra-familiar, o abuso sexual, os preconceitos de gênero e a diferentes opções sexuais. A resolução de conflitos de forma não violenta.

Sugestões de Atividades: Debates com o grupo e diferentes dinâmicas com abordagens para os temas propostos tais como palavras geradoras, círculo e cultura e vivências de integração.

Ao fechamento de cada atividade será feito e entregue para a Ong Moradia e Cidadania um relatório do andamento da oficina.

Obs.: Essas atividades estarão sujeitas a mudanças a partir do desenvolvimento das atividades, em acordos com o grupo participante, pois tratam-se de oficinas e não de “aulas” expositivas.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Oficinas e Projetos

A experiência com oficinas de sexualidade começou junto com o pessoal da Moradia e Cidadania. No ano de 2003 foi montado um comitê de várias Ongs, Prefeitura de porto Alegre mais o Fome Zero para tratar dessa questão com o enfoque na educação. Nessa época eu trabalhava na Ong Brasil sem Grades que me permitiu avançar nessa questão da transformação pela educação. Partimos para algumas experiências de oficinas em comunidades onde a incidência de gravidez indesejada era grande. No começo trabalhávamos juntos uma enfermeira do SERPLAN, mais uma educadora da SMED, o pessoal da Caixa e eu, fazendo às vezes de facilitador, arrumando as salas, servindo a água, etc. Mas como invariavelmente a presença feminina era preponderante, achamos que ia ser bom se na hora de falar do uso da camisinha isso fosse feito por um homem. Comecei a falar do assunto e sempre fui bem recebido e muito incentivado pelos colegas. Esse foi o começo.

Depois, a cada ano, mudávamos um pouco a equipe, o enfoque, aprendíamos mais sobre como abordar esse assunto até que houve a oportunidade de trabalhar com um pessoal do posto de Saúde do Hospital Moinhos de Vento no Morro da Cruz, um projeto tocado pelos estagiários que trabalhavam com as turmas de adolescentes da Escola Municipal do local. Mais aprendizado e o achado de uma vocação. Pode parecer exagero da minha parte, mas me senti muito identificado com os meninos e meninas, aquele sentimento de que havia achado uma forma de revolucionar o pensamento. Foram dois anos direto, mais uma participação no projeto Escola Aberta da Prefeitura de POA.

Mas é dureza ser voluntário no Brasil, aliás, esse tipo de trabalho exige cada vez mais uma reflexão em nosso país. Passei um tempo longe do Comitê e me desliguei do projeto no Morro. Mas não perdi nem o interesse nem o contato com as pessoas. Daí é que surgiu a chance de trabalhar na antiga Vila dos Papeleiros, agora Sta. Terezinha. O trabalho vai ser tocado por mim e Gastón, facilitador de Bio Danza, meio bruxo uruguaio e baita ser humano e a Renata Gusmão, que fez parte do Comitê no seu começo. Estão colados na postagem alguns dos nossos projetos aprovados:


OFICINANDO O ADOLESCER: Escola Também é Lugar para se Falar de Sexo

Este projeto é proposto pelo Comitê Geração Consciente e, visa trabalhar com a temática sexualidade e adolescência, a fim de dar continuidade e expandir o trabalho, iniciado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Morro da Cruz, zona leste de Porto Alegre e em outras escolas municipais através do projeto escola aberta (parceria SMED/UNESCO). Esta proposta objetiva a criação de um espaço para debater e refletir sobre sexualidade e gênero na adolescência, através de oficinas em escolas públicas de Porto Alegre, utilizando um discurso auto-reflexivo e não prescritivo. Desta forma, efetivar um espaço de comunicação e reflexão sobre direitos sexuais e reprodutivos, estimulando a responsabilidade e autonomia do adolescente com a sexualidade, contribuindo para redução de gestações indesejadas na adolescência e prevenção de DST, HIV/AIDS.

INTRODUÇÃO
Este projeto visa trabalhar com a temática sexualidade e adolescência, através de oficinas nas escolas que abordem diversos temas associados à sexualidade e gênero, a fim de dar continuidade e expandir um trabalho iniciado em outubro/2004, com adolescentes, alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Morro da Cruz, por voluntários do Comitê Geração Consciente em pareceria com profissionais da Unidade Básica de Saúde responsável pela área de abrangência da escola.
O Comitê visa a promoção de ações de educação, através da realização de encontros e oficinas, elaboração de material informativo e esclarecimentos sobre o acesso aos métodos contraceptivos. Desde de outubro de 2004, este comitê tem realizado oficinas sobre planejamento familiar nos núcleos Fome Zero em Porto Alegre. Como reconhecimento desta atividade, o comitê foi convidado para estruturar esta ação no município de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre. A formação do comitê partiu de uma iniciativa da ONG Moradia e Cidadania, formada pelos funcionários da Caixa Econômica Federal e, atualmente, também integraram-se a ONG Brasil Sem Grades, a ONG RINACI - Rede de Integração e Cidadania, ONG Divina Graça, a Secretaria Municipal de Educação (SMED), o Serviço de Orientação e Planejamento Familiar (SERPLAN) e a Big Bear Publicidade e voluntários de diversas profissões.
Além de dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado, que até o momento já contemplou aproximadamente 160 adolescentes, este projeto objetiva expandir as oficinas para outras escolas da rede pública.


1. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

De acordo com Brasil (2005), no ano de 2003 foram registrados no país 32.247 casos novos de aids com uma taxa de 18,2 casos por 100.000 habitantes. Ao contrário da tendência de estabilização dos casos observada para os homens, conforme o mesmo autor, entre as mulheres ainda há um aumento da incidência dessa doença, observando-se a taxa de 14 casos por 100.000 mulheres em 2003. Em Porto Alegre, os índices de infecção têm mostrado que as mulheres e os adolescentes vêm sendo as maiores vítimas (PORTO ALEGRE, 2002).
Segundo um estudo realizado por Bueno (2000) com gestantes adolescentes da periferia de São Paulo, foi observado que 83% destas adolescentes não planejaram a gravidez. Quanto à idade de iniciação sexual 61% tiveram sua primeira relação sexual entre 14 e 15 anos e 39% entre 11 a 13 anos. A maioria das adolescentes (67%) que participaram do estudo referiu que em nenhum momento de sua vida seus pais conversaram com elas sobre sexo e gravidez, e 75% que as conversas na escola sobre esse assunto pouco informavam.
O estudo de Bueno também verificou que quanto aos métodos contraceptivos apenas 39% das entrevistadas sabiam o que eram, 44% delas não faziam uso de nenhum método, 33% utilizavam algum, 17% usavam apenas no início e 6% às vezes. Foi observado também que a maioria dos parceiros (72%) destas adolescentes eram tão jovens quanto elas, tinham entre 16 a 21 anos. Das entrevistadas apenas 44% falaram alguma vez sobre sexo e gravidez com seus parceiros.
Os dados de Porto Alegre conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (PORTO ALEGRE, 2005), as gestações na adolescência em 2004 contribuíram para 18,4% dos nascidos vivos e o número de curetagens pós-aborto nessa população foi de 564, correspondendo a 17,48% do total desses procedimentos na capital.

2. OBJETIVO GERAL

Contribuir para a criação de um espaço de reflexão e discussão do tema sexualidade e adolescência, estimulando a autonomia e responsabilidade dos jovens, a fim de favorecer a redução de gestações indesejadas na adolescência e prevenção de DST, HIV/AIDS.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Utilizar a escola como um espaço de reflexão e de discussão, no qual os adolescentes se situem pessoalmente, expressando suas dificuldades, resistências, dúvidas, anseios e opiniões, favorecendo a construção de um saber compartilhado.
- Realizar um debate sobre gênero, mitos referente ao masculino/feminino, as transformações fisiológicas da adolescência e outros assuntos relacionados à sexualidade.
- Refletir sobre DSTs, HIV/AIDS e de gravidez na adolescência. Além de problematizar os motivos envolvidos na ausência/ presença de prevenção.
- Falar sobre os métodos contraceptivos, informando os oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Unidade de Saúde que é referência à escola.
- Estimular a criação de ações específicas para adolescentes na rede de saúde.
- Expandir a reflexão para além dos adolescentes proporcionando encontros com os educadores e pais para abordar os desafios encontrados na prática em sala de aula e em casa sobre a sexualidade.
- Buscar a intersetorialidade dos serviços, programas e ações de prevenção e que reforcem iniciativas das comunidades.
- Avaliar e construir as condições para a formação de jovens multiplicadores como forma de ampliar o projeto

3. METODOLOGIA

O projeto contará com equipe de três oficineiros, de áreas distintas e, visa contemplar quatro escolas da rede pública, localizadas em região de vulnerabilidade social, prioritariamente, no ano de 2006.

O primeiro mês será para visitação das escolas e realizar as combinações necessárias, com a direção e educadores das escolas, visitar as Unidades de Saúde, para a iniciação das atividades no período letivo.

As oficinas com os adolescentes ocorrerão no turno de aula, conforme a combinação com as escolas, serão quatro encontros com duração de aproximadamente uma hora/encontro.

Os assuntos serão abordados em forma de oficinas, sem rigidez de metodologia, nas quais os membros da equipe terão papel de facilitadores nas discussões em grupo, estimulando o debate e as iniciativas e sugestões vindas deles próprios. Através de uma abordagem interativa (violão, música de fundo, dinâmicas de grupo, jogos) e linguagem criativa, será proporcionado espaços de discussões, em que a voz dos adolescentes seja, de fato, ouvidas.

Dentro desta perspectiva as oficinas abordarão os seguintes temas:

1. Atividade de interação com o grupo através da música, com um violonista que será um facilitador para a apresentação e vinculação entre equipe e adolescentes.
2. Breve explicação do objetivo do trabalho, questionamento quanto às expectativas e interesse dos participantes em realizar as atividades.
3. A questão de gênero, mitos, diferenças, papéis sociais, desigualdade, a fim de identificar tabus e preconceitos. Para identificar a particularidade de cada turma e planejar a forma de trabalhar.
4. Transformação do corpo, anatomia do corpo, menstruação, ejaculação, masturbação, virgindade, tamanho do pênis e sua relação com o prazer, hímem, etc.
5. Métodos contraceptivos e uso adequado, trabalhando a colocação da camisinha.
6. Abordar DST, HIV/AIDS, gravidez na adolescência (maternidade/paternidade, relação familiar, relação com “ser jovem” e “ser grande”, “responsabilidade”, “status social”, aborto), homossexualismo, reflexão sobre o uso de drogas como uma situação de vulnerabilidade para o uso da camisinha.
7. Avaliação dos encontros.

Em todos encontros será utilizado um discurso auto-reflexivo e não prescritivo para a efetivação de um espaço de comunicação para um debate positivo sobre a sexualidade.

Após cada encontro será feito um relato resumido, anotando as principais reflexões feitas no grupo e observações da equipe, que serão utilizados para o replanejamento das atividades, além de servir como subsídio para a avaliação final e relatório das atividades.

Serão realizados também encontros com pais e professores para sensibiliza-los em relação a esse tema, conforme o combinado e a rotina de cada comunidade escolar.

Realizaremos encontros periódicos com a rede de saúde, a fim de conhecer as suas propostas para a faixa etária dos adolescentes, caso não haja, estimular a criação de ações específicas para os adolescentes como, por exemplo, acolhimento, agendas de atendimento individual, grupos, distribuição de contraceptivos, etc.

4. REFERÊNCIAS

BRASIL Ministério da Saúde Programa Nacional de DST e Aids Disponível em http://www.aids.gov.br. Acesso em 24 fev. 2005.
PORTO ALEGRE Protocolo de Assistência ao Pré Natal de Baixo Risco. Secretaria Municipal de Saúde, ASSEPLA. Porto Alegre: outubro/ 2002.
BUENO, Gláucia da Mota. Variáveis de Risco para a Gravidez na Adolescência. São Paulo/2000.



“TRABALHANDO SEXUALIDADE NA ESCOLA: UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE”
ou

“ADOLESCÊNCIA E SEXUALIDADE, INTERFACES SAÚDE EDUCAÇÃO”


Local: Escola Municipal de Ensino Fundamental Morro da Cruz

Período: Ano de 2006

Equipe de realização: Cattanea, Karina, Liese, Marcelo, Raquel Frosi, Vinicius, Adriana.

Introdução

Este projeto tem por objetivo dar seguimento e aperfeiçoamento a uma proposta de interface entre a saúde e a educação na abordagem do tema da sexualidade na adolescência. Tal interface vem sendo realizada na Escola Morro da Cruz há dois anos e que já sofreu avanços significativos em seu desenho e em seus resultados.

Justificativa

Esta ação se assenta na necessidade de criarem-se novos espaços de diálogo sobre as experiências da adolescência, principalmente daquelas que devido a uma série de dificuldades não são colocadas em espaços institucionais e nas relações com os adultos, como o tema da sexualidade.
Os altos indicies de contaminação de jovens por DSTs e os crescentes índices de gravidez na adolescência também indicam a importância de espaços de abordagem da sexualidade. Em virtude da complexidade de tais fenômenos são importantes abordagens que dêem conta de pontos que vão além da informação sobre o tema, enfatizando a reflexão sobre o mesmo.

Pressupostos teóricos do projeto

A proposta deste trabalho é de fazer um trabalho de reflexão sobre o tema da sexualidade. Tal reflexão inclui a informação, mas não se centra nela. Entendemos que intervenções voltadas para a informação correm os risco de não serem efetivas em função da sua descontextualização. A partir disso, entendemos que abordar o tema da sexualidade na adolescência exige um leque de entendimentos e debates mais amplos, que envolvam as questões culturais, sociais e afetivas.
Entre os temas de maior importância está o gênero e as relações de gênero. O gênero é a forma cultural e relacional das formas de ser homem e de ser mulher e influencia os comportamentos de homens e mulheres na sua sexualidade. É a partir de uma visão crítica das relações de gênero que podemos perceber as formas hegemônicas de viver o feminino e o masculino em nossa sociedade e entender que existem distintas formas de ser homem e de ser mulher. Incluem-se aqui o debate de comportamentos esperados para homens e mulheres, que geram relações esteriotipadas e sofrimento para homens e mulheres, Além disso aborda-se a diversidades no que tange a orientação sexual. A proposta é favorecer o diálogo entre meninos e meninas e favorecer a aceitação das diferentes opções dos jovens.
O entendimento de adolescência também é fundamental para abordar a sexualidade na adolescência. Tal conceito vai além da puberdade, que enfatiza as transformações biológicas, para salientar a importância dos aspectos individuais e culturais desta transição. No entanto, mesmo sendo a adolescência um momento de mudanças, de novas identificações, deve-se tomar cuidado de não toma-la sob a ótica do problema, e de não colocar as vivências de crise adolescente como uma obrigatoriedade. Esta transição também é vivida de formas diferentes pelos jovens. A vivência a adolescência e de seus diversos conflitos também influencia a sexualidade dos jovens. Aqui surgem dificuldades de lidar com a transição e falta de reconhecimento e de “lugar” nesta idade. É neste sentido que algumas jovens buscam crescer criando suas próprias famílias.
Pensando-se em sexualidade e adolescência temos então um encontro tomado como perigoso. Não para nós, a questão da sexualidade na adolescência não é vista como um problema e nem tratada na ótica da abstinência. Entendemos que os jovens podem viver sua sexualidade, sendo importante destacar que a sexualidade não é sinônimo de inicio das relações sexuais. Entendemos que o inicio das relações sexuais é dado por características também individuais e que estas, quando se iniciarem, devem ser acompanhadas de maturidade emocional, vontade própria e cuidados. Desta forma o trabalho aborda a sexualidade na ótica saúde física e mental, enfatizando a dimensão do prazer e do autocuidado e não a moralidade. Da mesma forma em que atentamos a visão moralista da sexualidade percebemos também que se deve manejar a ditadura da sexualidade precoce, vivida como prova para muitos jovens. Sendo também necessário o cuidado com a visão da sexualidade como mero produto de consumo.
Seguindo nossos entendimentos percebemos a gravidez na adolescência como tema a ser abordado. Entendemos que o fenômeno da gravidez na adolescência não é reflexo apenas de falta de informação e enfatizamos o fenômeno sob o ponto de vista cultural, social e afetivo. Embora entendamos que a gravidez na adolescência pode ter efeitos importantes na vida dos jovens e que não deve ser banalizada, nosso objetivo não é que os jovens necessariamente deixem de engravidar, e sim que não engravidem de forma descuidada e sem as responsabilidades pertinentes a isso. Além disso, que quando engravidem, possam ter a devida atenção.
O trabalho assenta-se também na parceria institucional e na valorização do trabalho em rede como forma de qualificar o trabalho e tornar a integralidade possível. Objetiva-se uma parceria sólida entre saúde e educação. Entende-se que uma maior articulação entre escola e unidade de saúde faz com que o projeto tenha dimensões maiores de que uma intervenção pontual e que estando inserido na realidade escolar produza maiores resultados e possibilidade de continuidade. Neste sentido entende-se que a participação dos docentes, e não só da equipe diretiva, é primordial para o andamento do trabalho, pensando-se que ao longo do projeto a participação destes pode tomar diferentes formas, favorecendo a continuidade do trabalho. A proposta também visa a maior qualificação da rede de saúde para o atendimento deste grupo especifico, propiciando uma maior articulação entre as ações de prevenção e de assistência.
Quando aos jovens, entende-se que estes podem ser também agentes transformadores da saúde, multiplicando as informações nos espaços em que estão inseridos e promovendo a qualificação do atendimento ao jovem através do debate com os profissionais da rede. Entendemos que é importante sua avaliação e opinião sobre o projeto e também que ao longo do projeto podem se tornar participantes de formas distintas, havendo aprimoramento das propostas de sua participação.

Objetivos

Oportunizar aos adolescentes um espaço para reflexão e discussão do tema sexualidade a partir de uma proposta interdisciplinar de promoção de saúde, buscando a autonomia desses adolescentes em relação à sua sexualidade e contribuindo para a redução da transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e de gestações não desejadas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Utilizar o ambiente escolar (espaço formal) para a constituição de um espaço informal de educação, esclarecimento de dúvidas e troca entre os adolescentes;
• Questionar idéias fixas sobre o masculino/feminino, as transformações fisiológicas da adolescência, o sexo e outros;
• Trabalhar com os adultos (equipe docente e diretiva da instituição, pais dos alunos) a questão do “problema da sexualidade adolescente”;
• Estabelecer um contato efetivo entre a escola e a Unidade de Saúde;
Propiciar aos adolescentes um vínculo consistente e autônomo com a rede de saúde

OBJETIVO GERAL

Oportunizar aos adolescentes um espaço para reflexão e informação do tema sexualidade a partir de uma proposta interdisciplinar de promoção de saúde, buscando a autonomia desses adolescentes em relação à sua sexualidade e contribuindo para a redução da transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e de gestações não desejadas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS• Utilizar o ambiente escolar (espaço formal) para a constituição de um espaço informal de educação, esclarecimento de dúvidas e troca entre os adolescentes;
• Favorecer que os jovens respeitem a diversidade de valores, crenças e comportamentos existentes e relativos à sexualidade, desde que seja garantida a dignidade do ser humano;
• Propiciar que os jovens reconheçam como determinações culturais as características socialmente atribuídas ao masculino e ao feminino, posicionando-se contra discriminações e eles associadas;
• Incentivar que os jovens conheçam seu corpo, valorizando e cuidando de sua saúde como condição necessária para usufruir do prazer sexual (entendido como uma dimensão saudável da sexualidade);
• Trabalhar com os adultos (equipe docente e diretiva da instituição, pais dos alunos) a questão da sexualidade adolescente;
• Estabelecer um contato efetivo entre a escola e a Unidade de Saúde e da Universidade;
• Favorecer o vínculo dos adolescentes com a rede de saúde.

Estes objetivos estão de acordo com os apontados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação e Cultura para a sexualidade como tema transversal para os espaços educativos.

Metodologia


A fim de alcançar os objetivos propostos o projeto será seguirá em desenvolvimento na escola Morro da Cruz no ano de 2006. Para o seguimento do trabalho com os adolescentes a proposta é de que sejam mantidos os encontros em horário de aula, no entanto, indica-se a ampliação de 4 para 6 encontros. Espera-se assim poder abordar os temas maneira mais efetiva. O ano ciclo a qual as atividades serão destinadas é o de C20, havendo a possibilidade a atendimento também ao ano ciclo C10.
Os encontros irão ter o formato de oficina, utilizando-se metodologias de participação ampla dos jovens e debate lúdico. O planejamento de atividades está descrito no anexo 1. Os temas são gênero, corpo, métodos contraceptivos, DST/HIV, família e gravidez. As atividades e pontos mais enfatizados dependerão do conhecimentos da turma e de suas dúvidas. A padronização dos encontros é dada apenas sua temática e a manutenção de seus objetivos. Em principio o trabalho será realizado com a turma toda, mas caso haja necessidade, pode-se lançar mão de divisões por gênero. Caso seja necessário será solicitada a ampliação do número de encontros para 7, a fim de que os objetivos sejam cumpridos de forma satisfatória. Nas oficinas será feito com os jovens um contrato com jovens de sigilo e de não exposição pessoal. Estes devem ter liberdade de participar ou não dos encontros.
Desde o inicio do projeto vem sendo exploradas das parcerias com os professores, neste ano tem-se como objetivo sistematiza-la. Para isso propomos no mínimo 4 reuniões de trabalho com este grupo. Estas têm como objetivo abordar o trabalho e também desenvolver reflexões com o grupo sobre os temas abordados pela equipe com os adolescentes. Poderão ser agendadas também reuniões com os pais, conforme a necessidade destes, da escola e do andamento do projeto.
A avaliação sistemática de encontros e registros destes possibilita o replanejamento e seguimento dos objetivos do projeto, bem como a avaliação do mesmo. Tal estratégia será utilizada pela equipe que entregará ao final do ano o relatório das ações.


ANEXO 1


1o Encontro
Tema: Gênero
Objetivo: Abordar as questões de gênero, relativizando as formas de ser masculino e feminino. Pensar os efeitos das relações estereotipadas de gênero no cotidiano dos jovens e na vivência da sexualidade.
Sugestões de Atividades: Jogo de batata-quente com debate de frases estereotipadas sobre gênero; confecção de cartazes com listagem das vantagens de ser do sexo oposto.

2o Encontro
Tema: Corpo
Objetivo: Trabalhar questões relacionadas ao corpo, tais como: mudança corporal decorrente do crescimento, diferenças corporais entre meninos e meninas, detalhamento do corpo masculino e feminino pensando nas questões físicas e culturais envolvidas, auto-conhecimento, auto-cuidado, tabus sobre masturbação, mitos sobre as mudanças corporais a partir das relações sexuais.
Sugestões de Atividades: Confecção de cartazes sobre as mudanças do corpo masculino e feminino; utilização de cartazes prontos ou modelos; dinâmica do concordo e não concordo com frases sobre o assunto; apresentação de perguntas para debates em pequenos grupos; trabalho sobre perguntas feitas pelos jovens.

3o Encontro
Tema: Métodos Contraceptivos
Objetivo: Retomar as questões referentes ao corpo e introduzir discussões acerca dos métodos de prevenção.
Sugestões de Atividades: Dinâmica do concordo e não concordo com frases sobre o assunto; apresentação de modelos corporais e de métodos; apresentação de vídeos informativos ou de cartazes informativos.

4o Encontro
Tema: DST´s; HIV/AIDS
Objetivo: Retomar a questão do corpo e dos métodos anticoncepcionais e introduzir a discussão das DST´s, HIV/AIDS, abordar as representações das doenças, abordar a questão da observação do corpo, auto-cuidado e busca da rede de saúde.
Sugestões de Atividades: Dinâmica da festa; dinâmica sobre a busca da rede de saúde.

5o Encontro
Tema: Família
Objetivo: Abordar as diversas formas de estrutura familiar. Propor aos jovens que pensem na família que têm e na família que querem ter.
Sugestões de Atividades: Desenho dos jovens da família que tem e da família que querem ter; montagem de cenas sobre sua famílias deles e das famílias que desejam ter.

6o Encontro
Tema: Gravidez
Objetivo: Abordar o tema da gravidez na adolescência, propondo aos jovens uma análise critica do fenômeno da gravidez na adolescência.
Sugestões de Atividades: Confecção de cartazes das vantagens e desvantagens de ser pais na adolescência; confecção de cartazes das necessidades de um bebê; confecção de quadro das vantagens de ser pai e mãe na adolescência.


OBS: Em todos os encontros haverá debates na turma.


Bibliografia:Cartilha “Fala Educadora & Fala Educador”
Autores: Peres, C.A.; Blessa, C.R.B; Gonçalves E.M.V; Silva, R.C; Paiva, V.
Publicação e Distribuição: Oganon

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Biografia e Discografia

Desde o tempo do Colégio Assunção, ali na Glória, me interessei por música e arte. Com o convitte para participar do coral do Colégio tava dado o primeiro passo. Foram vário eventos e muitos ensaios até que o que era criança vai virando adolescente, os interesses foram mudando, e a galera foi conhecendo o rock, o heavy metal, o hardcore...

A primeira banda foi com a turma do Colégio mesmo, Os Intragáveis e o nome já diz tudo. Letras para sacanear os colegas e ritmos marcados onde se pudesse bater. Alguns shows em festas da escola e discussões sobre quem tocava o que foram o suficiente para dar fim a essa primeira experiência Depois a coisa evoluiu para o Setembro Negro com sua clássica formaçã; Daniel Araújo nas guitarras, Marcelo Cougo no Baixo e Pedro Hahn na bateria. isso mesmo, sem voz, uma banda de metal progressivo. Corriam os anos de 1986/7.

Um dia fomos surpreendidos pelo som feroz que vinha do porão da Igreja da Glória; era a banda Sacrário ensaiando e com isso houve a revolução. Os caras eram muito mais profissionais, já ganhavam um troco com o som e ensaiavam regularmente. Por casualidade eles estavam procurando novo baixista e esse que voz escreve resolveu encarar o desafio. Foram muitos bons momentos com uma turma que se tornou companheira até hoje; Marco Pólo e depois o Pankeka na bateria, Carlos Lot's e Alexandre Colleti nas guitas, Álvaro Balaca na voz e eu no baixo. Depois o balaca saiu para servir a Aeronáutica e acumulei mais uma função, a voz. Mas nossos dias estavam contados. A Leviaethan, banda grande para nossos padrões foi e buscou nossa dupla de ases na guitarra. Com a natural desmobilização tratei de montar outra banda. E foi uma das melhores experiências. Alchemist. Dois guris que estudavam no Assunção, eu já havia encerrado esse ciclo, o Marcelo Queixinho e Fabiano Borda, guitarristas virtuoses, mais o Alexandre Souza (Onça) na bateria, depois o Pedro, eu no baixo e voz, depois o Alex Vorhees assume o microfone. Gravamos várias coisa legais, muitos shows em POA e região metropolitana. Ao mesmo tempo eu o Carlos e o Alexandre começamos a tocar com a Danni calixto, cantora e violonista que tinha vindo de Curitiba, mais o Dr, Herbert no Sax e teclado. fazíamos música pop e rodamos em alguns bares por aí, Oswaldos e a Aranha. Até minha saída das bandas para ir para São Paulo tocar com a Panic, banda gaúcha por lá radicada; Guga, guita e voz, martinez, guita e Cláudio Calcanhoto na batera. Isso era 1992.

Essa foi uma das épocas mais doidonas, cidade imensa, shows pelo interior, sexo, drogas e rock'n roll na velocidade do Death Metal, intenso e rápido, por lá fiquei alguns meses, voltamos e um ano depois saí da Panic e fiquei afastado do som por um tempo.

Sentia falta mas não apareciam oportunidades de voltar a tocar, a não ser pela aquisição de um violão, o que mudou muito minha maneira de pensar a música. outra coisa muito importante foi o novo casamento de minha mãe pois meu padastro tinha uma respeitável discoteca com muita bossa nova e principalmente o JAZZ.



O resgate se deu com o broder André Meyer, da Distraught, em 1997, outra banda de metal extremo. Fizemos grandes shows pelo Brasil e até exterior mas por divergências musicais com o André e por não querer brigar com o cara que havia me oportunizado tocar novamente resolvi sair e fui tocar com Os Margaridas. Esse é um capítulo especial. Compunha muitas músicas na época do Heavy, os riffs, as parcar melodias e as letras, quase sempre em inglês. Nos Margaridas, antes da minha entrada, tocava o Carlos e o Pedro e me encomendaram uma letra para um eskasão que haviam composto. Gol de placa deu gol e tocou na rádio bastante, tocou até na tv, Globo esporte e anos depois para meu imenso orgulho, na campanha da RBS e TV Com para as finais da libertadores entre Inter e São Paulo. Entrei na banda que tinha o Sandré Sarreta como vocal, além dos guris já citados. Com o passar do tempo fui compondo cada vez mais, saiu o Pedro pra tocar na Bidê ou Balde, entrou o Ale Mendes em seu lugar, mudamos o nome da banda para bleque, shows autorais e covers, saio e volto, os anos de 1999 até 2006 passaram-se com lançamento de um cd, Balaio de Fé.


Em meio a tudo isso a Danni lança o Abracadabra com uma música minha, Pensando bem e outra em parceria, Sex Appeal. Trabalho numa peça de teatro na CCMQ, onde toco e represento um pouquinho, na real mais me maquiava do que qualquer outra coisa...claro, muito me diverti!!! Conheço o Richard Serraria, da Bataclã FC, banda que integro a partir de 2003 e com isso firmo mais uma grande parceria.

Primeiro trabalhamos num projeto de música e poesia, coisa que fazemos até hoje, agregando outros músicos como o Ângelo Primon e gravamos nossa primeira música em um cd da Casa de Cultura Mário Quintana. Com minha entrada na banda o projeto passou a ser gravar o 2° cd. O Armazém de mantimentos, cd de estréia da BFC tava já com 3 anos de idade. Nos mobilizamos, compramos equipamentos, aprimoramos a composição, apostamos as fichas num modelo caseiro de produção e o resultado foi o Lançamento do Assim falou Bataclan, em 2006.

Para esse ano já rolou o lançamento do A idade do tempo, cd do Rodolfo mendes, de BH, velho parceiro, e tem a previsão do lançamento do cd solo do Serraria, tb com algumas parcerias.

A bleque deu uma parada pra por as idéias em ordem, criou-se a Mocotó Elétrico, projeto incipiente mas em que aposto bastante, meu retorno as lides vocálicas e o princípio de mais um trabalho autoral. Muitas outras coisas devem ter me escapado pelo filtro da memória, bandas, pessoas importantes, fatos e causos de quem já há tanto tempo lida com a música independente. Por enquanto era isso, espero que em breve haja mais!

Bataclã FC






Discografia:

Abracadabra / 2003 - Danni Calixto - Músicas: Pensando bem e Sex Appeal



Balaio de Fé / 2005 - Banda bleque



Assim falou Bataclan / 2006 - Bataclã FC



A idade do tempo / 2007 - Rodolfo Mendes - Música: Lentas horas