quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O Sopapo é vida, vibra o povo na avenida



Na foto, momento mágico na passarela.

O Carnaval passou e dele ficaram mais que as lembranças e a ressaca da folia. Ficou uma memória muito viva dos Sopapos e atabaques vibrando no meio da avenida. O desfile da Bambas da Orgia trouxe esse resgate e mais ainda, uma valorização que não se via a tempos em Porto Alegre desse tambor símbolo da negritude gaúcha. Símbolo por ser original, criado aqui por negro trazidos da África. Mas infelizmente, símbolo também porque quase esquecido, como nossa herança africana, sufocada por uma elite e uma mídia que se pensam na europa. Tive a oportunidade de tomar conhecimento dessa luta, pela preservação do instrumento e da valorização de suas raízes, atravéz do trabalho e da música de Giba Giba, Bataclã FC e Serrote Preto. Tive muita satisfação em colaborar um pouquinho com músicos tão talentosos. Estou colocando agora um e-mail escrito por Sandra Narcizo, importante produtora cultural de nosso estado, para o meu amigo Serraria, linha de frente quando se trata de Sopapos. Achei bonito publico:

Richard,

Acredito, sinceramente, que o fato de estares a frente desta boa luta para a preservação do SOPAPO, e ao mesmo tempo evidenciar sua importância como um genuíno Tambor Gaúcho, trazendo à Luz a história que ele guarda, da construção do povo deste estado sob a ótica da linha do tempo, legitima o significado desta ação.
O SOPAPO, como sabes não é apenas um instrumento, pois, não só evidencia um belo e
majestoso tambor, mas coloca na mira, ao mesmo tempo, a influência das raízes africanas e a trajetória do legado musical que este estado tem, além do braço da construção das cidades e da cultura do RS.

e para ilustrar: SOPAPO

É um instrumento quase religioso. É a emoção condensada através do toque. Cada música uma sensação, o mesmo ritmo, o mesmo compasso, mas a condução é personalizada, o que o torna um instrumento profundamente identificado com o seu executor. O que diferencia, é que a emoção sentida a cada melodia, toca o ritmo do coração de cada um. E aí, a gente toca a mesma música, com sentimento individual do coletivo. Os ritmos são determinados por nossos ancestrais. Foi ele – o Sopapo – o veículo que trouxe para cá a contribuição estrutural do ritmo, isto é, os elementos capazes de fundamentar as transformações, a fusão e a seleção dos ritmos e melodias, díspares das demais raças.

O sopapo Caracteriza-se por seu aspecto cônico, grandes proporções e com som grave. Foi inventado pelos escravos no século XIX e estava em extinção. Na região de Pelotas e Rio Grande, na década de 40, os negros das escolas de samba pioneiras do RS tocavam sopapo que dava um ritmo próprio ao andamento dos carnavais, diferenciando do samba do resto do país. O instrumento desapareceu das escolas de samba e baterias lá pelos anos 70. Giba Giba, em um trabalho árduo de pesquisa constatou que para contar a história de sua gente, sobrava apenas uma unidade do instrumento. Com as oficinas ministradas pelo Mestre Baptista, importante carnavalesco de Pelotas, na segunda edição do Cabobu, já foram construídos 40
sopapos. Hoje o significado de sopapo, enquanto instrumento, consta no Dicionário Banto do Brasil, de Nei Lopes, editado pela prefeitura do Rio de Janeiro, em 1996: “Sopapo (2) – Grande tambor, popularizado no RS, nos anos 70, pelo músico negro Gilberto Amaro do Nascimento, o Giba Giba”.

E, por isto e aquilo, saúdo o Sandro Gravador, que encontrou no SOPAPO um toque mágico, que evidencia com propriedade o escrito no segundo parágrafo do texto supracitado. E Saúdo os BAMBAS DA ORGIA, pela coragem e atitude honrada em colocar na sua GRANDIOSA BATERIA o lindo NAIPE DE SOPAPOS neste Belíssimo Carnaval de 2009. Registre-se esta data histórica e os homens que dela se serviram.

Em Frente RICHARD SERRARIA - LORD DA PERIFERIA!
Neste dia, embalada pelo som da bateria dos Bambas e pelo inusitado e surpreendente presente na avenida enfronho-me, mais ainda, na trajetória que empunhamos desde 2000 quando me apaixonei pelo SOPAPO e sua história. Benção GIBA GIBA, Benção aos ORIXÁS que assim o querem e nos guiam.
Viva o SOPAPO! VIDA LONGA!

e por fim, disposta a seguir a boa luta irmanada com os que assim o desejem.

Salve!

Sandra Narcizo

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ditabranda

Fotos: aldoadv.wordpress.com







Para o jornal Folha de São paulo, que apoia irrestritamente José Serra para presidente, o que houve no Brasil foi uma "ditabranda", em comparação às ditaduras dos países vizinhos. Cinismo é pouco. Uma vergonha. lembro a quem ler que basta uma pesquisa rápida na internet pra sacar que esse jornal foi favorecido pela dita branda, além de ter sido colaborador explícito da mesma. Abaixo um manifesto que circula e modestamente ajudo a dar visibilidade:



REPÚDIO E SOLIDARIEDADE


Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repúdio a arbitrária e inverídica revisão histórica contida no editorial da Folha de S.Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do pais. Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumárias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da história polí­tica brasileira. O estelionato semântico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pos-1964.



Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redação, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victória de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razões ou argumentos, a Folha de S.Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis a atuação desses dois combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insólitas críticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da direção editorial do jornal.



Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.



Assinam:


Antonio Candido, professor aposentado da USP
Margarida Genevois. Fundadora da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos
Goffredo da Silva Telles Júnior, professor emérito da USP
Maria Eugenia Raposo da Silva Telles, advogada
Andréia Galvão, professora da Unifesp
Antonio Carlos Mazzeo, professor da Unesp
Augusto Buonicore, doutorando da Unicamp
Caio N. de Toledo, professor da Unicamp
Cláudio Batalha, professor da Unicamp
Eleonora Albano, professora do IEL, Unicamp
Emir Sader, professor da USP
Fernando Ponte de Souza, professor da UFSC
Heloisa Fernandes, socióloga
Ivana Jinkings, editora
Marcos Silva professor titular da USP
Sérgio Silva, professor da Unicamp
Patricia Vieira Tropia, Universidade Federal de Uberlandia
Paulo Silveira, sociólogo

http://www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/index.html/

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Penso em morrer quando leio isso...

Folha de São Paulo, 7 de fevereiro de 2009 - Caderno Ilustrada - Mônica Bergamo

Crise? Credo!

Quatro mulheres de investidores financeiros se reúnem em um bar em São Paulo e contam ao repórter Paulo Sampaio os efeitos da quebradeira internacional em seu relacionamento conjugal

Elas contam que "foi difícil". A empresária e profissional de marketing Mariana Campos Barbosa Lima, 34, diz que seu marido "head trader" (consultor financeiro) ficou "mudo". O da joalheira Lyna Carbone Jenner, 30, um investidor do ramo imobiliário, passou a tomar antiácido. O namorado da consultora Ana Carolina Almeida, 29, captador de recursos para crédito externo, parou de mandar a "flor mensal". O da estilista Fernanda Almeida, 29, um corretor de títulos de valores mobiliários, repetia: "Você não sabe como eu tô pobre". Em Nova York, a crise econômica levou mulheres de financistas de Wall Street a criar o Daba ("Dating a Banker Anonymous", ou "Namoradas de Banqueiros Anônimas"), um grupo de apoio mútuo às desoladas garotas (leia box).

FOLHA - Como seus maridos e namorados reagiram à crise?

MARIANA BARBOSA - O meu [marido], que fala pelos cotovelos, ficou mudo.

ANA CAROLINA ALMEIDA - O Cris dormia e acordava com a TV na Bloomberg [canal inglês que transmite as variações do mercado internacional]. Começou a tomar remedinho pra dormir, apareceram alguns cabelos brancos.

MARIANA - No Marcelo, teve um agravante: ele perdeu o ânimo. A gente parou de sair. E meu marido é "o incluído social". São três almoços todo sábado. Não que eu não goste de ir, mas a gente vai por algo além do prazer. Ele acha que precisa.

FOLHA - A crise levou a cortar gastos domésticos?

MARIANA - Temos uma regra em casa. Tudo pode faltar, menos a babá.

FOLHA - Houve mudança no tratamento deles com os outros?

ANA - O Cris perdeu aquela alegria. Nas férias, a gente viajou pra dentro do Brasil. Foi um lugarzinho bárbaro, em Santa Catarina. Era mais pra não gastar dinheiro.

MARIANA - Pra não gastar em dólar, né, Aninha?

FOLHA - E o assunto entre eles?

ANA - Os homens se uniram.

MARIANA - O Marcelo nunca foi de entrar em casa falando ao telefone, mas ele simplesmente não esgotava o assunto.

FOLHA - E o humor?

ANA - De primeiro, o Cris até ficou irritado; depois, carente.

FERNANDA ALMEIDA - O meu caso era completamente diferente de tudo o que eu tô ouvindo. Pelo menos em casa, ele dizia: "Vamos evitar esse assunto".

TODAS - Nossa, que maravilha!

MARIANA - Amigas, nossas histórias são café pequeno perto de outras. Tenho uma conhecida que a vida do marido acabou. Ele perdeu dinheiro aplicado da família inteira. Da irmã milionária, do irmão triliardário. Esse cara é mais velho, quase 50, daquela fase que os nossos meninos não pegaram, em que um cara, com 30 anos, já tinha feito US$ 2 milhões.

FOLHA - Mas hoje ainda existe esse negócio de conquistar o primeiro milhão?

MARIANA - Ôpa! A coisa mais comum nesse meio é ouvir: "Como assim, você vai ter um filho antes de fazer o primeiro milhão de dólares?".

FERNANDA - [Séria] É uma ideia muito idiota!

AS OUTRAS - É, mas existe!

MARIANA - Eles falam sério! Te chamam de irresponsável.

FOLHA - E eles têm esse dinheiro?

MARIANA - Têm...têm, têm.

FERNANDA - Mas quem inventou isso? Você faz parte de qual porcentagem do PIB nacional?

MARIANA E ANA - Não, Fernanda, isso é conversa de roda no mercado financeiro.

LYNA JENNER- É papo de menino. É o equivalente a: "Como você não tem uma enfermeira, só uma babá?".

FOLHA - Costuma-se dizer que o investidor do mercado financeiro valoriza o status proporcionado pelo que é caro.

TODAS - Ôpa, sem dúvida!

MARIANA - O carro, o relógio, o sapato.

ANA - Principalmente o carro.

FOLHA - Qual o carro do Cris?

ANA - [Rindo] Ele comprou um Freelander [Land Rover].

LYNA - O Cris [são dois com o mesmo nome] é bem consumista. Sapato, roupa... o carro é uma BM[W].

MARIANA - Quando eu comecei a namorar o Marcelo, achava que ele era milionário. Eu nasci bem, morei em Nova York, mas, mesmo assim, ele me impressionou. Pensei: "Que sorte encontrar um cara lindo, rico...". Ele morava sozinho em um apartamento enorme, de quatro quartos, na Vila Nova Conceição, e era chiquérrimo nos detalhes: na abotoadura, no bico do sapato. Ele sempre diz: "Para alguém colocar o dinheiro comigo, tem que acreditar que eu sou muito rico, muito próspero".

FOLHA - A crise mudou isso?

LYNA - O que mudou foram os planos de comprar uma casa no campo, fazer uma megaviagem pra St. Barths, pra Europa.

FOLHA - Parece mais frustrante ainda para quem costuma planejar o que vai fazer com o dinheiro que ainda não ganhou.

LYNA - A vida continua.

FOLHA - Fora ganhar dinheiro, do que os rapazes gostam?

ANA - O Cris ama vinho. Tem duas adegas, que deram uma boa esvaziada. E, no auge, ele não repôs. Só agora, recentemente.

FOLHA - Como é a casa de um investidor como o Cris?

ANA - Ele mora em um apartamento de homem, no Morumbi. São três quartos, mas ele quebrou um com a sala e tem um escritório.

FOLHA - Fernanda falou pouco...

FERNANDA - Meu namorado não segue esse estereótipo, sapato, relógio. Ele se mudou agora para um apartamento melhor, comprou jipe.

FOLHA - Que jipe?

FERNANDA - Acho que é Santa Cruz... [com expressão de quem pede socorro] ou Veracruz?

MARIANA - Tem os dois.

FERNANDA - Veracruz, então. LYNA - Mais de R$ 100 mil.

FOLHA - O.k., mas como foi então que ele sentiu a perda de dinheiro?

FERNANDA - Ele dizia: "Você não sabe como eu tô pobre!". Eu o animava. Outro dia fomos comer num japonês que é mais carinho e vivia lotado, estava vazio. Mas a gente tava lá.

FOLHA - Ele não é consumista?

FERNANDA - Não, gasta com vinho e comida.

MARIANA - É que o mercado financeiro tem as miniturmas. A do polo, a do golfe...

FOLHA - Você conhece a "miniturma do polo"?

MARIANA - 90% do mercado financeiro faz polo. Na crise, meu marido não jogou nenhuma vez. Custa uma fortuna. Tem que ter sete cavalos. Então, nessas sutilezas é que você sente a crise.

FOLHA - Os especialistas dizem que é comum haver problema sexual em homens que enfrentam crises.

TODAS - Siiiiim [mas ninguém diz que aconteceu consigo].

LYNA - Eu estava de resguardo.

ANA - Eu só vejo o Cris no fim de semana, então não mudou.

FOLHA - Uma amante faz parte do arsenal de status do investidor?

FERNANDA - Claro, de todos. ANA - Eu não penso nisso. MARIANA - Não é coisa de investidor, é de homem.

FOLHA - Recentemente, entrevistei um psicanalista que acredita que os investidores escolhem suas mulheres pensando mais em fazer uma dupla social boa do que no amor.

MARIANA - Rola isso, sim. É até feio falar, mas a ex-namorada do Marcelo era uma "baianinha". Tenho certeza de que o fato de eu ter morado no mundo inteiro, falar línguas, conhecer pessoas o levou a pensar: "Vou ficar com esse fim de mundo [a "baianinha"] ou fazer essa troca?". E me escolheu.

ANA - O Cris tem pavor de mulher feia. Gorda? Não pode ver.

FOLHA - Como enfrentar a crise?

MARIANA - Quando a gente pensava em abrir um vinho de preço exorbitante, o Marcelo dizia: "Não vamos abrir esse, não. Vai que a gente precise vender...".

Todas riem muito.

ANA - É cada coisa louca. A gente ficava imaginando vender o carro e ter que andar num "Unozinho", sei lá, vender a casa, sabe quando você começa a pensar? Vender a mãe pra recuperar o que eu perdi e investir...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Repercutindo...

...postagem do blog do Serraria, http://vilabrasilcodigolivre.blogspot.com/, resposta minha, discussão aberta, quem vem nessa?



Depois da ida a São Paulo, agora no RJ, me ponho a pensar sobre os meandros dessa faceta relacionada à música independente no Brasil: a questão da circulação. Criar, gravar, lançar é uma parte complexa mas realizável da empreitada. A circulação me parece ser a questão que deve ser objeto de análise séria e profunda. As leis de incentivo são um caminho mas seria interessante desenvolverem-se outras alternativas que evitassem a restrição a apenas isso além da velha tática de investimento na grande mídia. Informações dão conta de que as leis de incentivo deverão ser revistas até o final do ano. A Lei Rouanet carece urgentemente de revisão, à medida que é elemento importantíssimo nesse gargalo que é a subsistência no mercado da música. A prática nefasta do jabá também precisa ser enfrentada de forma séria e objetiva pelo governo federal, já que as emissoras de rádio e TV são concessões públicas. Uma olhada séria fazendo valer a Constituição Brasileira, (que acreditem, fala da função das rádios!) já seria um ótimo ponto de partida. Enfim, dilemas que precisam ser vistos com profundidade e objetividade para que avancemos nesse caminho. Eu tenho dúvidas e questionamentos aos montes. Se houver opinião do lado de quem lê, exponha, ajudando a montar esse quebra cabeça ou ao menos aumentando criticamente o volume de questionamentos!

Marcelo Cougo disse...

O velho esquema do jabá penso que deve ser combatido de frente por uma legislação mais dura, que trate diretamente do assunto...mas como se os que votam as leis são em sua maioria donos de rádios/tv/jornais...bem há os projetos de iniciativa popular, coisa de milhões de assinaturas mas um mecanismo democratico que precisa ser mais utilizado por nosso povo. Também penso no esquema guerrilha, sair, conversar, que sabe panfletear pois a grande maioria das pessoas não percebe a existência do jabá e ficam sempre muito impressionadas quando lhes é informado que aquilo que pensam que gosta é imposto (duas xs) por um esquema que é nefasto pra cultura do nosso país. Sem essa de que são coisas do mercado, ele, o mercado, encontra-se por aí, cambalente e pedindo um empurrãozinho para que a mudança se instale de vez nesse planeta. Um abraço, Serraria, boa sorte pois poesia, bem sei, não há de faltar!