terça-feira, 15 de abril de 2008
Quilombo do Sopapo
Inauguração do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo...e a Bataclã tem a honra de ser madrinha desse projeto junto com o Giba Giba e mestre Batista, direto de Pelotas. Abaixo o convite que recebemos:
Porto Alegre, 27 de março de 2008.
À
Bataclã F.C.
Prezados músicos,
O Ponto de Cultura Casa Cristal Quilombo do Sopapo, situado no bairro Cristal de Porto Alegre/ RS, é resultado de uma parceria entre a Oscip Guayí, entidade gestora do Projeto financiado pelo MINC, com Sintrajufe, concedente da casa, e a comunidade do Bairro Cristal, tem como objetivo promover a inclusão social e digital, o desenvolvimento e o resgate da cidadania de jovens em situação de vulnerabilidade social, através das manifestações culturais, e, em especial, a música.
A partir desta vocação, reconhecendo a importante contribuição da Bataclã à cena cultural de Porto Alegre e do Estado do RS, e valorizando a colaboração que o Projeto recebeu da Banda desde o início de sua constituição, o PC Quilombo do Sopapo, vem, neste momento, convidar a Bataclã F.C. para ser Madrinha do Ponto de Cultura.
O apadrinhamento é uma cultura dos Pontos de Cultura, espalhados pelo Brasil, e que tem como objetivo prestar uma homenagem a artistas das diversas áreas, músicos e bandas, que fazem da sua arte um incentivo à Cultura.
Assim, será um prazer ter a Bataclã F.C. como madrinha do nosso Ponto de Cultura e poder contar com a sua presença na abertura oficial do Quilombo do Sopapo, a realizar-se no dia 16 de abril do corrente ano.
Saudações Solidárias,
Marilise Fróes
Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo
O Ponto fica na rua Capivari, 602, bairro Cristal - Porto Alegre
terça-feira, 8 de abril de 2008
Sem Palavras
Semana passada postei criticando a postura do Grupo RBS em relação a sua tentativa de criminalizar os pedintes de rua. Na sexta feira seguinte saiu esse artigo que coloco abaixo, na mesma Zero Hora. Achei-o muito bem escrito e a sacada é daquelas que me fazem perguntar, POR QUE não pensei nisso antes??
Os sem-palavra
por Moysés da Fontoura Pinto Neto*
Na quarta-feira, Zero Hora publicou reportagem em que trata do "constrangimento" causado pelos moradores de rua. A reportagem foi seguida de debates sobre o tema, partindo-se de uma série de perguntas sobre o que fazer em relação ao "problema".
O que chama atenção na reportagem é que nenhum morador de rua teve a palavra. Nenhum morador de rua foi tratado como sujeito. Os "técnicos" que falaram sobre o tema tiveram oportunidade de fazer a abordagem que entenderam adequada, "contra" ou "favorável" aos moradores, mas jamais foi dada, em instante algum, a palavra a algum morador de rua.
Isso sinaliza um aspecto: para nós, o morador de rua simplesmente não existe. É como se ele não existisse. Nós não lhe damos a palavra porque ele simplesmente não está ali como alguém, mas como um "problema", e portanto um objeto. O filósofo Emmanuel Levinas, judeu que foi prisioneiro dos campos de concentração e viu sua família dizimada pelo nazismo, propôs, como resposta à catástrofe, um modelo de ética que chamamos de "ética da alteridade". A essência dessa proposta consiste em sempre tratar o outro como alguém, na sua plena diferença, sem que objetivemos esse outro. Levinas viu a si mesmo na condição de representação (o "judeu") e percebeu que a violência nasce quando deixamos de considerar o outro alguém pelo qual somos responsáveis. Todos lutam para definir o papel dos moradores ("pedintes", "bandidos", "vagabundos", "vítimas"), mas ninguém concede a eles o direito de falarem por si mesmos.
Preocupantes são manifestações que trataram conjuntamente o problema dos moradores de rua e da criminalidade: além de preconceituosas e desinformadas (apesar de se reivindicarem "realistas"), instigam o medo, pois, "em estado de preconceito, não existe mais indivíduo, grupo, multidão e nem mesmo, em sentido estrito, massa: apenas existe o Medo", e o medo "é o pai acolhedor que perdoa todos os filhos de sua insensatez" (Timm de Souza). É, na realidade, o combustível do fascismo.
*Professor do Departamento de Ciências Penais da UFRGS, especialista e mestre em Ciências Criminais
Por sugestão da Renata, amiga que mantém o Blog Mosaicos da Vida
http://mosaicosdavida.blogspot.com/
aqui vai a letra de EGO CITY do grande Marcelo Yuka da banda O F.U.R.T.O.
Carros à prova de bala, com vidros à prova de gente
Cor fumê da indiferença
E vão lambendo os cartões de crédito
Comprando de quase tudo; do orgulho à cocaína
de dólares a meninas
Passando em frente à réplica da Estátua da Liberdade
que nos prende ao consumo siliconizado e farpado urgente
que diz: Bem-vindo a Ego City
Lutadores sem filosofia, crianças sem esquinas
Realidade da portaria, mas só se for pela porta dos fundos
De frente pro mar, de costas pro mundo
Perderam o governo, mas ainda seguram os trunfos
Quando cair, delete o meu nome dos seus computadores
Se você insistir, o meu descanso será seu pesadelo
Lembre-se do mistério de PC, dono do Avião Negro
Porque o terno e o uniforme ainda
são os disfarces mais usados pelo crime
Tráfico de influência, tráfico de vaidade, tráfico pra ocupar
melhor lugar na corte
Bem-vindo a Ego City
sexta-feira, 4 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Isso tem que ter fim...
O grupo RBS agora quer criar o consenso de que pedir esmola na rua é crime. Só pode ser isso. Na Zero Hora de hoje há uma matéria sobre seu painel realizado ontem, dia 02/04 que versava sobre esse assunto, olha a manchete: Onde esbarra o esforço de tirar pedintes da rua. embaixo: para superar achaques (o grifo é meu), a legislação confusa é um dos obstáculos. Aí bem grande na página 4: Leis vagas dificultam ação contra pedintes.
Definições em um dicionário on line que uso:
pedinte
adj. e s. 2 gén., que ou pessoa que pede ou mendiga;
mendigo.
achaque
a.cha.que
sm (ár ash-shakâ) 1 Disposição mórbida habitual e quase natural do indivíduo. 2 Defeito moral, imperfeição, vício. 3 Imputação infundada. 4 Ato ou efeito de achacar, acepções 4 e 5. Dim: achaquezinho, achaquilho.
Confesso que fiquei meio confuso, no meu português coloquial achaque é coisa agressiva, quase extorsão mas vá lá, sei que pedir e achacar são coisas beeeeem distintas. Fico imaginado que espécie de mudança na lei seria necessário para acabar com isso? Revogar aquela parte do ir e vir? Começar, desde o berço, a diferenciar Cidadão de Achacador em potencial? Pergunto, desde quando pedir é crime? A partir de quando o grupo RBS começará a exigir a remoção física de todos aqueles que importunam os olhares dos "cidadãos de bens"? Mendigos, isso tem que ter fim, pode ser a próxima campanha do grupo, que tal?
Foto tirada do blog: 2rosas.weblog.com.pt
E-mail ao Senador
Caro Senador Pedro Simon:
Nunca votei no Sr. mas reconheço na sua história motivos mais que suficientes para não me envergonhar de ter sua representação no Senado há tanto tempo. Pelo contrário, lembro com orgulho daquela entrevista na Caros Amigos, anos atrás. Foram questões puramente ideológicas que me fizeram escolher outros candidatos. Tenho muita simpatia pelo velho PMDB e também gostaria de poder votar num correligionário seu, o Governador do Paraná, Roberto Requião. Fazem anos também que seu trabalho no Senado aponta para a busca da ética nas relações institucionais, no fazer política, discursos memoráveis cobrando dos governantes a transparência e retidão moral no trato da coisa pública.
Por todo esse passado é que me estranha um pouco seu silêncio no que diz respeito às coisas que vem acontecendo no nosso RS, mais específicamente o tal Caso Detran. Não era hora de ouvirmos um parecer seu mais incisivo sobre isso? Nem que seja pra dizer que é tudo armação de petistas para desestabilizar o governo democraticamente eleito da Governadora Yeda Crusius.
Caso sua esfera de ação nesse momento se restrinja somente às questões federais, que tal algum comentário sobre o vazamento, através de seu par Álvaro Dias, do suposto dossiê sobre os gastos do casal FHC quando na presidência?
Aguardo ansioso e sei que muitos outros gaúchos e brasileiros também aguardam seu parecer sobre tudo isso.
Um cordial abraço!
Marcelo Cougo de Sá
Porto Alegre - RS
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