quinta-feira, 27 de março de 2008
Minha cidade
Porto Alegre, cidade de minhas caminhadas e pensamento errantes, uma singela homenagem na semana de aniversário, que seja sempre cidade de encontros, ágora e agora, ruas de se andar a pé, cadeiras na calçada e nas sombras, praças e o Guaíba majestoso com seu Gigante às margens...são tantos os sonhos e as lutas....uma letra pra tentar explicar o meu temor:
Minha cidade parada na beira da pressa
Imensidade deserta no carnaval
E a frenética procura da brecha
Na Passarela de consumo pena capital
Iluminando vitrines que correm em paralelas
Encosto em becos estreitos e tensos corredores
Em muitas fornidas bocas de pedras e verbos
Acumulam-se na esquina de estar sempre perto
Veja, queira, compre, queime depressa
Os espaços de convívio longe dos olhares
Veja, queira, compre, queime por dentro
O paraíso novamente muda o endereço
Quando a janela amanhece
Ouvidos antes dos olhos depois as mãos
Quando o milagre acontece
Pedidos encaminhados depois da benção
Anarcotraficância em qualquer dialeto
A solidão que se move e vaza do concreto
Minha cidade exilada em grades de medo
Entre ferros e preces pra todo santo um preço.
As fotos todas da Baby, seu olhar é também uma homenagem.
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2 comentários:
Bela poesia, poderia ser Lou Reed se ele portoalegrense fosse, coitado que não teve esse privilégio... As palavras tem cheiro de asfalto dessa cidade grande...
Não sei se já te disse que uma vez um amigo me falou pra penetrar pelo do viaduto correndo e olhando só pra baixo! que os ladrilhos vão entrar num ritmo alucinante! Ao invés de passar, transpor aquele espaço, tu transcende quando chegar no fim. A penetração agora é no outro sentido, transversal ao eixo proposto pelo arquiteto. É interpenetração, e não mais Porto Alegre calada no verão!
Beijo!! Baby
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