A 1° turma do Curso de Produção Cultural Comunitária do Quilombo do Soapao convida para o SHOW do QUILOMBO:
Dia 20/12, sábado, 18:00hs, no Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo.
Atrações locais do Bairro Cristal mais o show de encerramento com Richard Serraria. Venha participar dessa história!!
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
É certo que sim...
O sopapo está batendo em algum lugar
Hoje fiquei triste, roubaram o Quilombo do Sopapo e levaram o instrumento branco que eu havia doado à casa. Ele foi buscado em Pelotas no ano de 1998, antes do primeiro Cabobu. Espero que aqueles que levaram façam bom uso, eles podem não saber que estão levando um instrumento sagrado mas certamente estão espalhando, às avessas, uma idéia de que esse instrumento é algo vivo, merece estar circulando em rodas de samba, em terreiros de umbanda, onde houver gente interessada em se expressar. A vida impõe dificuldades e surpresas, o Ponto de Cultura (foto, show Vila Brasil lá, há três semanas atrás) presta um relevante serviço à comunidade e mesmo assim invadem e roubam uma série de objetos. Talvez isso seja parte do aprendizado também, saber que as coisas nem sempre saem do jeito que esperamos, precisamos estar preparados, precisamos seguir em frente, lutando pela inclusão cultural e às vezes permitindo nos entristecer com fatos inesperados. A vida segue, a luta continua, RESISTIR É COMBATER. Segunda estaremos no Quilombo do Sopapo para fazer uma sessão de fotos, surpresas positivas estão sendo preparadas, Bambas da Orgia 2009, Sandro Gravador e eu com idéias, Giba Giba sendo homenageado, uma parelha de sopapos deve atravessar a avenida do Sambódromo gaúcho, me emociono só de pensar, tem muita coisa para construir ainda até que viabilizamos essa idéia, Oxalá nos ajude que aconteça!!!
Richard Serraria, Vila Brasil, link ao lado, obrigado.
Hoje fiquei triste, roubaram o Quilombo do Sopapo e levaram o instrumento branco que eu havia doado à casa. Ele foi buscado em Pelotas no ano de 1998, antes do primeiro Cabobu. Espero que aqueles que levaram façam bom uso, eles podem não saber que estão levando um instrumento sagrado mas certamente estão espalhando, às avessas, uma idéia de que esse instrumento é algo vivo, merece estar circulando em rodas de samba, em terreiros de umbanda, onde houver gente interessada em se expressar. A vida impõe dificuldades e surpresas, o Ponto de Cultura (foto, show Vila Brasil lá, há três semanas atrás) presta um relevante serviço à comunidade e mesmo assim invadem e roubam uma série de objetos. Talvez isso seja parte do aprendizado também, saber que as coisas nem sempre saem do jeito que esperamos, precisamos estar preparados, precisamos seguir em frente, lutando pela inclusão cultural e às vezes permitindo nos entristecer com fatos inesperados. A vida segue, a luta continua, RESISTIR É COMBATER. Segunda estaremos no Quilombo do Sopapo para fazer uma sessão de fotos, surpresas positivas estão sendo preparadas, Bambas da Orgia 2009, Sandro Gravador e eu com idéias, Giba Giba sendo homenageado, uma parelha de sopapos deve atravessar a avenida do Sambódromo gaúcho, me emociono só de pensar, tem muita coisa para construir ainda até que viabilizamos essa idéia, Oxalá nos ajude que aconteça!!!
Richard Serraria, Vila Brasil, link ao lado, obrigado.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Vingança!
Deu no Blog do Azenha, Vi o mundo, a manifestação dos leitores da revista Época dá uma certa esperança de que as coisas não vão ficar do jeito que estão, quem quiser vai lá dar uma olhada:
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/nassif-leitores-revoltados-detonam-epoca/r//
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/nassif-leitores-revoltados-detonam-epoca/r//
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Chegou Vila Brasil
Chegou bem de cantinho dando boa tarde quando era bom dia!!
Cd solo do Richard Serraria, parceiro de bataclã FC e outras aventuras musicais, Vila Brasil chega em formato SMD, com arte simples mas bacana, com aquela lírica das beiradas do Guaíba e uma sonoridade emprestada de vários lugares desse sul de hemisfério. Precinho módico, 5 pilas pra ouvir um timaço que foi montado pro cd e para os shows que já estão correndo por aí!! Mas dá pra baixar di grátis também!! Quem quiser saber mais sobre esse belíssimo trabalho acessa o blog do Serraria:
http://vilabrasilcodigolivre.blogspot.com/
Pra finalizar, vai meu parabéns pro irmão e profundo agradecimento por ter podido participar desse grande momento, VALEU!!!!
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Análise das últimas eleições
Nas últimas eleições me envolvi de maneira tímida. nem mesmo adesivo de candidaturas eu usei. Mas não deixei de batalhar pelas minhas convicções, principalmente em relação a uma candidatura para vereador em que não apenas votei mas tenhos certeza, pelos meus cálculos e respostas que tive das pessoas, consegui mais de 10 votos. Foi a candidatura do Célio Golim, à frente de um coletivo que luta pelo direito à diversidade. Tive vários motivos para agir assim entre eles a crença de que essa luta é extremamente revolucionária e que o Célio representava uma alternativa de combate político organizado e coletivo. Essa semana recebi um e-mail com a avalição da campanha. Pô, isso sim é respeitar o cidadão. Democracia é o tempo todo e não apenas no dia da eleição. Gostei muito da avaliação e deixo aqui com vocês, vale a leitura. O e-mail para contato é:
celiogolin13024@gmail.com
Elementos para uma avaliação da campanha que disse
SIM à DIVERSIDADE
O presente texto é resultado de um esforço coletivo realizado pela coordenação da campanha CÉLIO GOLIN VEREADOR – SIM À DIVERSIDADE, visando avaliar a campanha, identificar seus pontos fortes e debilidades e, sobretudo, oferecer ao coletivo de apoio à candidatura, elementos para a interpretação do resultado das urnas e da conjuntura pós-eleitoral em Porto Alegre. Agora que já se conhece o resultado da eleição majoritária, também é possível alargar a compreensão do que aconteceu ao longo do processo de campanha, reflexão fundamental para a tomada de decisões políticas sobre o próximo período.
Como é natural em momentos de transição como o presente, é claro que esta é uma avaliação em construção, portanto aberta à contribuição de todas as pessoas que protagonizaram a campanha.
Em primeiro lugar é importante resgatar o sentido e as características da candidatura do Célio a vereador. Por sua trajetória militante e liderança no movimento social LGBTT e na construção das paradas livres em Porto Alegre, Célio construiu-se como uma das referências mais importantes da luta social pela garantia dos direitos humanos de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais. Ao mesmo tempo, com uma coerência notável, Célio notabilizou-se pela postura independente e autônoma, assumindo compromissos coletivos e rejeitando atitudes personalistas. Nesse sentido, o Coletivo que apoiou Célio no lançamento de sua candidatura vislumbrava aí a possibilidade de eleição de um genuíno militante dos movimentos sociais, portador de um perfil cada vez mais raro dentre as candidaturas à vereança que se apresentam a cada eleição. Combinando a poderosa idéia de representação de uma parcela importante da população da cidade com uma postura independente e crítica dentro do PT, ainda que conscientes dos limites eleitorais deste projeto político, nos aglutinamos e concentramos energia e esperança no eixo temático “Sim à diversidade”, que vertebrou toda a campanha.
Em um movimento político importantíssimo, durante quatro meses, como nunca antes, as bandeiras arco-íris que representam a diversidade estiveram travando uma poderosa disputa simbólica na cidade. Normalmente vistas somente nas Paradas Livres ou eventos de mobilização social, esta foi a primeira vez em que a presença das bandeiras rainbow se fez sentir cotidianamente em locais comuns da cidade como a Rua da Praia, o Largo Glênio Peres, a Redenção, a Usina do Gasômetro, a Restinga, o bairro Rubem Berta, etc. A beleza das bandeiras na cena pública teve um impacto visual bastante forte, que aliada à panfletagem do material que divulgava a candidatura, foi capaz de divulgar a mensagem de uma Porto Alegre sem preconceito, conteúdo altamente provocativo e transformador do imaginário social, cumprindo com um papel pedagógico fundamental. Justamente esta cotidianeidade e presença na paisagem urbana fez com que as pessoas refletissem profundamente sobre suas convicções e preconceitos, rompendo com a idéia tolerante-preconceituosa de que a cidadania de gays, lésbicas, travestis transexuais e bissexuais seja restrita a um único dia do calendário, o dia da Parada Livre. Demarcamos claramente a idéia de que a valorização da diversidade e da cidadania de todos e todas é para o ano inteiro e este é possivelmente o saldo político mais importante a ser ressaltado neste processo. Aqui, vencemos!
Também entendemos como “pontos fortes” da campanha o conteúdo propositivo da candidatura, que pautou questões bastante concretas para um mandato parlamentar comprometido com a diversidade e com os direitos humanos em uma perspectiva mais ampla. Construímos propostas nas áreas de Saúde e Assistência Social, Educação, Direitos Humanos, Planejamento Urbano e Política Habitacional, Cultura, Esporte e Lazer. Essa agenda e plataforma construída junto a representantes dos movimentos sociais LGBTT é dotada de alta legitimidade e consiste em um legado importante da candidatura. Entendemos como relevante monitorar e fiscalizar a propositura de projetos de lei ligados ao tema pelos representantes da bancada do PT, pois com a não eleição do Célio, os votos conferidos a esta proposta política acabaram dirigidos à própria bancada e estaremos com uma postura crítica e vigilante em relação a esse tema, tanto para garantir avanços concretos, como para resgatar autorias.
Em um período de forte disputa política e ideológica em torno de projetos para a sociedade e a cidadania como o que atravessamos, a campanha do Célio cumpriu com um papel bastante importante dentro da própria frente popular. Enquanto assistimos a inúmeros retrocessos, como o enfraquecimento do poder popular conferido originalmente ao Orçamento Participativo, como a naturalização da repressão imposta pelo governo Yeda e o Coronel Mendes aos movimentos sociais, nossa candidatura representou um corajoso contraponto. De fato, enquanto a própria campanha majoritária pautou o tema da segurança pública falando em “câmaras de vigilância”, conscientes e orgulhosos, assumimos uma agenda maldita. Falamos em combater o preconceito, mas fomos além... pautamos temas que NINGUÉM teve coragem de pautar: direito ao aborto, à livre expressão sexual, o combate à violência contra as mulheres, direito à cidade para o morador de rua e o carroceiro, descriminalização das drogas, parques livres de cercas, combate à burocracia e ao verticalismo. Nossa campanha foi, sem sombra de dúvida, a campanha que assumiu a agenda mais revolucionária de todas as candidaturas a vereador, não apenas no PT, mas em todos os partidos. É óbvio que há limites eleitorais claros para essa agenda, especialmente em uma época paradoxal como esta, em que ao mesmo tempo em que Lula é presidente da República, assistimos a pancadarias de dar inveja aos militares que contam com o silencioso apoio (senão com o aplauso) do senso comum.
A lealdade política e ideológica às nossas idéias e trajetórias, sem concessões eleitoreiras e pragmáticas, se pode ser ressaltada como “virtude” combinou-se a um obstáculo prático muito claro: candidato a vereador independente e autônomo em um partido profundamente marcado pela lógica das tendências paga um preço altíssimo por essa independência. A lógica das tendências, embora legítima, é uma lógica centralizadora, autoritária e de domesticação intelectual e política da militância. A amarração de militantes e votos a partir das tendências além de representar força de trabalho para as campanhas, carreia uma base de largada na votação para os candidatos de tendência e mina todas as possibilidades de real “conquista” de apoios internamente ao partido. Enfrentamos, como Davi a Golias, verdadeiras máquinas eleitorais, com um poderio econômico impressionante. Articulada em 4 meses, a candidatura do Célio disputou com campanhas que estavam “fazendo caixa” para o financiamento da campanha há pelo menos quatro anos. Por mais linda e sedutora que nossa campanha tenha sido, esta foi e é uma barreira intransponível para uma candidatura outsider como a nossa.
Se por um lado representou obstáculo, permitiu que nossa candidatura se notabilizasse pelo protagonismo militante e pela postura ética na política. A campanha modesta, feita com doações espontâneas de apoiadores/as, em um período em que práticas questionáveis de financiamento eleitoral e clientelismo político ainda estão presentes no cenário de disputa eleitoral, certamente foi reconhecida. A campanha do Célio teve capacidade de agregação de importantes quadros do PT desencantados com a crescente burocratização do partido e com a banalização das práticas de troca de favores em campanhas eleitorais.
Este desencanto com a política tem que ser considerado nesta avaliação como um elemento chave para explicar o cenário tanto da eleição de vereadores/as como da majoritária. Esta eleição aconteceu depois de uma série de escândalos envolvendo políticos/as tanto no plano nacional quanto regional. A sucessão de casos de corrupção envolvendo parlamentares e outros agentes políticos gera um desapontamento profundo na população, além de afastar da política uma parcela significativa das camadas médias que o PT tinha conquistado por sua coerência ética. Para o senso comum que raciocina de forma indutiva, chegar à conclusão de que “todos os políticos são corruptos” a partir de alguns casos divulgados pela imprensa, é muito fácil. Estas eleições registraram índices recorde de abstenção e votos brancos e nulos, expressando uma rejeição à qualquer proposta política. Esse sentimento e comportamento coletivo atingiram TODAS as candidaturas e a bancada do PT ficou abaixo das expectativas mais modestas. Não houve puxadores de votos em nenhum partido e essa foi uma conjuntura muito dura para novas candidaturas. A contundente derrota da Frente Popular ocorrida em 26 de outubro, por 60% de votos dirigidos à medíocre gestão de Fogaça demonstra que Porto Alegre também não á mais aquele farol da esquerda mundial e foi atingida por uma assustadora onda de indiferença com a política, o que na prática redunda em um reforço mudo ao conservadorismo sob todas as suas formas. A abertura das urnas da eleição para Prefeito/prefeita tem poder explicativo, também, para nossa própria votação.
A geopolítica da cidade também explica a votação do Célio. O bairro Bomfim consolidou-se como um micro-cosmo urbano, uma ilha de cidadania tolerante, antenada, cosmopolita e simpática à diversidade. Pela própria história do bairro que abrigou a comunidade judaica que fugia da perseguição nazista vindo para países como o Brasil, o Bomfim se tornou um bairro altamente plural e democrático, tendo como epicentro o parque da Redenção com sua multiplicidade de usos e públicos. Quase 50% dos votos do Célio veio da 1ª e da 2ª Zonal, que abrangem bairros como o Bomfim, Cidade Baixa, Santana e Centro bairros que por força de nossas limitações estruturais foram escolhidos como nossos bairros prioritários. Certamente acertamos no alvo territorial, pois nossa proposta política teve alta receptividade no Bomfim. Essa adesão entusiasmada à campanha do Célio no Bomfim, no entanto, não se repetiu em outros bairros da cidade, menos atingidos pela força simbólica e pedagógica de eventos como a parada livre, por exemplo.
Agora cumpre avaliar uma questão bastante específica e cara à nossa campanha. Certamente, a reflexão mais dura de ser feita é a que diz respeito à postura do nosso público-alvo em relação à candidatura, o que nos remete ao tema da participação política de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Em todos os nossos cálculos contávamos com um alicerce sólido de votos LGBTT que não se confirmou nas urnas. O fato demonstra que a expressão sexual das pessoas não é definidora das opções políticas que se apresentam. A candidatura do Célio, mesmo não tendo sido uma candidatura de consenso no movimento social LGBTT em Porto Alegre, expressa uma militância inquestionável ligada à conquista de direitos para a população LGBTT em Porto Alegre, em um trabalho bastante conhecido realizado junto ao nuances desde 1991. É alto o preço de dar visibilidade POLÍTICA à questão da sexualidade, pois uma série de conflitos subjetivos são desencadeados a partir dessa pauta. Uma coisa é ser bicha na vida privada, outra bem diferente é “sair do armário e entrar na câmara de vereadores”. A título de comparação, enquanto um militante com uma trajetória de 18 anos no movimento LGBTT não se elegeu em Porto Alegre, uma travesti participante de programas de televisão se elegeu com 12.000 votos em Salvador. Não casualmente, gays militantes têm uma histórica dificuldade em conquistarem mandatos parlamentares no Brasil.
Aqui em Porto Alegre esta questão foi agravada pela fragmentação dos militantes LGBTT. O tema da diversidade foi um tema bastante explorado pelas várias candidaturas, algumas de forma legítima, outras de forma oportunista já que sem qualquer relação histórica com o movimento. O fato é que o público LGBTT foi assediadíssimo e materiais sobre o tema foram produzidos por várias candidaturas. Alguns militantes também aderiram a outras candidaturas de forma explícita somente às vésperas da eleição, com o claro objetivo de demarcação com a candidatura do Célio. A não eleição do Célio é uma derrota política para o próprio movimento, que poderia ter conquistado um mandato parlamentar mas renunciou a esta possibilidade histórica. De um ponto de vista mais amplo perde a esquerda que também se enfraquece ao ser incapaz de eleger um militante que segura a bandeira da diversidade e dos direitos humanos, e perde a cidade, que reproduz uma Câmara de Vereadores/as na qual somente uma parte da população tem representação. Esse é um dos temas chave para compreender o que aconteceu e para avaliarmos, retrospectivamente, nossa estratégia política.
Nossa intenção, aqui, era a de oferecer elementos com poder explicativo para os 1805 votos que recebemos. Os votos não foram suficientes para eleger o Célio, mas são altamente significativos se consideramos que tivemos um período curtíssimo entre a decisão de concorrer a vereador (maio) e a eleição. As candidaturas mais votadas do PT, articuladas há anos e com muito mais estrutura do que a nossa, fizeram 4 vezes mais votos que o Célio. Neste sentido, nos sentimos vitoriosos, pelo que ensinamos e pelo que aprendemos no processo. A campanha que disse SIM À DIVERSIDADE entrou para a história da cidade e da cidadania porto-alegrense para sempre. A história não pode ser contada apenas da perspectiva dos vencedores. Contar a história dos vencidos, do embate de argumentos e da correlação de forças que produziu um determinado resultado é uma tarefa que as pessoas que protagonizaram esta campanha tem orgulho em fazer!! Em boa medida, vencemos!! E seguiremos na luta cotidiana com firmeza, coerência e autonomia. Entendemos que o desafio maior do nosso coletivo é agora o de refletirmos sobre como vamos conduzir, no próximo período, o fantástico legado político da Campanha que disse SIM à DIVERSIDADE.
Célio Golin e Coletivo de Coordenação de campanha
celiogolin13024@gmail.com
Elementos para uma avaliação da campanha que disse
SIM à DIVERSIDADE
O presente texto é resultado de um esforço coletivo realizado pela coordenação da campanha CÉLIO GOLIN VEREADOR – SIM À DIVERSIDADE, visando avaliar a campanha, identificar seus pontos fortes e debilidades e, sobretudo, oferecer ao coletivo de apoio à candidatura, elementos para a interpretação do resultado das urnas e da conjuntura pós-eleitoral em Porto Alegre. Agora que já se conhece o resultado da eleição majoritária, também é possível alargar a compreensão do que aconteceu ao longo do processo de campanha, reflexão fundamental para a tomada de decisões políticas sobre o próximo período.
Como é natural em momentos de transição como o presente, é claro que esta é uma avaliação em construção, portanto aberta à contribuição de todas as pessoas que protagonizaram a campanha.
Em primeiro lugar é importante resgatar o sentido e as características da candidatura do Célio a vereador. Por sua trajetória militante e liderança no movimento social LGBTT e na construção das paradas livres em Porto Alegre, Célio construiu-se como uma das referências mais importantes da luta social pela garantia dos direitos humanos de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais. Ao mesmo tempo, com uma coerência notável, Célio notabilizou-se pela postura independente e autônoma, assumindo compromissos coletivos e rejeitando atitudes personalistas. Nesse sentido, o Coletivo que apoiou Célio no lançamento de sua candidatura vislumbrava aí a possibilidade de eleição de um genuíno militante dos movimentos sociais, portador de um perfil cada vez mais raro dentre as candidaturas à vereança que se apresentam a cada eleição. Combinando a poderosa idéia de representação de uma parcela importante da população da cidade com uma postura independente e crítica dentro do PT, ainda que conscientes dos limites eleitorais deste projeto político, nos aglutinamos e concentramos energia e esperança no eixo temático “Sim à diversidade”, que vertebrou toda a campanha.
Em um movimento político importantíssimo, durante quatro meses, como nunca antes, as bandeiras arco-íris que representam a diversidade estiveram travando uma poderosa disputa simbólica na cidade. Normalmente vistas somente nas Paradas Livres ou eventos de mobilização social, esta foi a primeira vez em que a presença das bandeiras rainbow se fez sentir cotidianamente em locais comuns da cidade como a Rua da Praia, o Largo Glênio Peres, a Redenção, a Usina do Gasômetro, a Restinga, o bairro Rubem Berta, etc. A beleza das bandeiras na cena pública teve um impacto visual bastante forte, que aliada à panfletagem do material que divulgava a candidatura, foi capaz de divulgar a mensagem de uma Porto Alegre sem preconceito, conteúdo altamente provocativo e transformador do imaginário social, cumprindo com um papel pedagógico fundamental. Justamente esta cotidianeidade e presença na paisagem urbana fez com que as pessoas refletissem profundamente sobre suas convicções e preconceitos, rompendo com a idéia tolerante-preconceituosa de que a cidadania de gays, lésbicas, travestis transexuais e bissexuais seja restrita a um único dia do calendário, o dia da Parada Livre. Demarcamos claramente a idéia de que a valorização da diversidade e da cidadania de todos e todas é para o ano inteiro e este é possivelmente o saldo político mais importante a ser ressaltado neste processo. Aqui, vencemos!
Também entendemos como “pontos fortes” da campanha o conteúdo propositivo da candidatura, que pautou questões bastante concretas para um mandato parlamentar comprometido com a diversidade e com os direitos humanos em uma perspectiva mais ampla. Construímos propostas nas áreas de Saúde e Assistência Social, Educação, Direitos Humanos, Planejamento Urbano e Política Habitacional, Cultura, Esporte e Lazer. Essa agenda e plataforma construída junto a representantes dos movimentos sociais LGBTT é dotada de alta legitimidade e consiste em um legado importante da candidatura. Entendemos como relevante monitorar e fiscalizar a propositura de projetos de lei ligados ao tema pelos representantes da bancada do PT, pois com a não eleição do Célio, os votos conferidos a esta proposta política acabaram dirigidos à própria bancada e estaremos com uma postura crítica e vigilante em relação a esse tema, tanto para garantir avanços concretos, como para resgatar autorias.
Em um período de forte disputa política e ideológica em torno de projetos para a sociedade e a cidadania como o que atravessamos, a campanha do Célio cumpriu com um papel bastante importante dentro da própria frente popular. Enquanto assistimos a inúmeros retrocessos, como o enfraquecimento do poder popular conferido originalmente ao Orçamento Participativo, como a naturalização da repressão imposta pelo governo Yeda e o Coronel Mendes aos movimentos sociais, nossa candidatura representou um corajoso contraponto. De fato, enquanto a própria campanha majoritária pautou o tema da segurança pública falando em “câmaras de vigilância”, conscientes e orgulhosos, assumimos uma agenda maldita. Falamos em combater o preconceito, mas fomos além... pautamos temas que NINGUÉM teve coragem de pautar: direito ao aborto, à livre expressão sexual, o combate à violência contra as mulheres, direito à cidade para o morador de rua e o carroceiro, descriminalização das drogas, parques livres de cercas, combate à burocracia e ao verticalismo. Nossa campanha foi, sem sombra de dúvida, a campanha que assumiu a agenda mais revolucionária de todas as candidaturas a vereador, não apenas no PT, mas em todos os partidos. É óbvio que há limites eleitorais claros para essa agenda, especialmente em uma época paradoxal como esta, em que ao mesmo tempo em que Lula é presidente da República, assistimos a pancadarias de dar inveja aos militares que contam com o silencioso apoio (senão com o aplauso) do senso comum.
A lealdade política e ideológica às nossas idéias e trajetórias, sem concessões eleitoreiras e pragmáticas, se pode ser ressaltada como “virtude” combinou-se a um obstáculo prático muito claro: candidato a vereador independente e autônomo em um partido profundamente marcado pela lógica das tendências paga um preço altíssimo por essa independência. A lógica das tendências, embora legítima, é uma lógica centralizadora, autoritária e de domesticação intelectual e política da militância. A amarração de militantes e votos a partir das tendências além de representar força de trabalho para as campanhas, carreia uma base de largada na votação para os candidatos de tendência e mina todas as possibilidades de real “conquista” de apoios internamente ao partido. Enfrentamos, como Davi a Golias, verdadeiras máquinas eleitorais, com um poderio econômico impressionante. Articulada em 4 meses, a candidatura do Célio disputou com campanhas que estavam “fazendo caixa” para o financiamento da campanha há pelo menos quatro anos. Por mais linda e sedutora que nossa campanha tenha sido, esta foi e é uma barreira intransponível para uma candidatura outsider como a nossa.
Se por um lado representou obstáculo, permitiu que nossa candidatura se notabilizasse pelo protagonismo militante e pela postura ética na política. A campanha modesta, feita com doações espontâneas de apoiadores/as, em um período em que práticas questionáveis de financiamento eleitoral e clientelismo político ainda estão presentes no cenário de disputa eleitoral, certamente foi reconhecida. A campanha do Célio teve capacidade de agregação de importantes quadros do PT desencantados com a crescente burocratização do partido e com a banalização das práticas de troca de favores em campanhas eleitorais.
Este desencanto com a política tem que ser considerado nesta avaliação como um elemento chave para explicar o cenário tanto da eleição de vereadores/as como da majoritária. Esta eleição aconteceu depois de uma série de escândalos envolvendo políticos/as tanto no plano nacional quanto regional. A sucessão de casos de corrupção envolvendo parlamentares e outros agentes políticos gera um desapontamento profundo na população, além de afastar da política uma parcela significativa das camadas médias que o PT tinha conquistado por sua coerência ética. Para o senso comum que raciocina de forma indutiva, chegar à conclusão de que “todos os políticos são corruptos” a partir de alguns casos divulgados pela imprensa, é muito fácil. Estas eleições registraram índices recorde de abstenção e votos brancos e nulos, expressando uma rejeição à qualquer proposta política. Esse sentimento e comportamento coletivo atingiram TODAS as candidaturas e a bancada do PT ficou abaixo das expectativas mais modestas. Não houve puxadores de votos em nenhum partido e essa foi uma conjuntura muito dura para novas candidaturas. A contundente derrota da Frente Popular ocorrida em 26 de outubro, por 60% de votos dirigidos à medíocre gestão de Fogaça demonstra que Porto Alegre também não á mais aquele farol da esquerda mundial e foi atingida por uma assustadora onda de indiferença com a política, o que na prática redunda em um reforço mudo ao conservadorismo sob todas as suas formas. A abertura das urnas da eleição para Prefeito/prefeita tem poder explicativo, também, para nossa própria votação.
A geopolítica da cidade também explica a votação do Célio. O bairro Bomfim consolidou-se como um micro-cosmo urbano, uma ilha de cidadania tolerante, antenada, cosmopolita e simpática à diversidade. Pela própria história do bairro que abrigou a comunidade judaica que fugia da perseguição nazista vindo para países como o Brasil, o Bomfim se tornou um bairro altamente plural e democrático, tendo como epicentro o parque da Redenção com sua multiplicidade de usos e públicos. Quase 50% dos votos do Célio veio da 1ª e da 2ª Zonal, que abrangem bairros como o Bomfim, Cidade Baixa, Santana e Centro bairros que por força de nossas limitações estruturais foram escolhidos como nossos bairros prioritários. Certamente acertamos no alvo territorial, pois nossa proposta política teve alta receptividade no Bomfim. Essa adesão entusiasmada à campanha do Célio no Bomfim, no entanto, não se repetiu em outros bairros da cidade, menos atingidos pela força simbólica e pedagógica de eventos como a parada livre, por exemplo.
Agora cumpre avaliar uma questão bastante específica e cara à nossa campanha. Certamente, a reflexão mais dura de ser feita é a que diz respeito à postura do nosso público-alvo em relação à candidatura, o que nos remete ao tema da participação política de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Em todos os nossos cálculos contávamos com um alicerce sólido de votos LGBTT que não se confirmou nas urnas. O fato demonstra que a expressão sexual das pessoas não é definidora das opções políticas que se apresentam. A candidatura do Célio, mesmo não tendo sido uma candidatura de consenso no movimento social LGBTT em Porto Alegre, expressa uma militância inquestionável ligada à conquista de direitos para a população LGBTT em Porto Alegre, em um trabalho bastante conhecido realizado junto ao nuances desde 1991. É alto o preço de dar visibilidade POLÍTICA à questão da sexualidade, pois uma série de conflitos subjetivos são desencadeados a partir dessa pauta. Uma coisa é ser bicha na vida privada, outra bem diferente é “sair do armário e entrar na câmara de vereadores”. A título de comparação, enquanto um militante com uma trajetória de 18 anos no movimento LGBTT não se elegeu em Porto Alegre, uma travesti participante de programas de televisão se elegeu com 12.000 votos em Salvador. Não casualmente, gays militantes têm uma histórica dificuldade em conquistarem mandatos parlamentares no Brasil.
Aqui em Porto Alegre esta questão foi agravada pela fragmentação dos militantes LGBTT. O tema da diversidade foi um tema bastante explorado pelas várias candidaturas, algumas de forma legítima, outras de forma oportunista já que sem qualquer relação histórica com o movimento. O fato é que o público LGBTT foi assediadíssimo e materiais sobre o tema foram produzidos por várias candidaturas. Alguns militantes também aderiram a outras candidaturas de forma explícita somente às vésperas da eleição, com o claro objetivo de demarcação com a candidatura do Célio. A não eleição do Célio é uma derrota política para o próprio movimento, que poderia ter conquistado um mandato parlamentar mas renunciou a esta possibilidade histórica. De um ponto de vista mais amplo perde a esquerda que também se enfraquece ao ser incapaz de eleger um militante que segura a bandeira da diversidade e dos direitos humanos, e perde a cidade, que reproduz uma Câmara de Vereadores/as na qual somente uma parte da população tem representação. Esse é um dos temas chave para compreender o que aconteceu e para avaliarmos, retrospectivamente, nossa estratégia política.
Nossa intenção, aqui, era a de oferecer elementos com poder explicativo para os 1805 votos que recebemos. Os votos não foram suficientes para eleger o Célio, mas são altamente significativos se consideramos que tivemos um período curtíssimo entre a decisão de concorrer a vereador (maio) e a eleição. As candidaturas mais votadas do PT, articuladas há anos e com muito mais estrutura do que a nossa, fizeram 4 vezes mais votos que o Célio. Neste sentido, nos sentimos vitoriosos, pelo que ensinamos e pelo que aprendemos no processo. A campanha que disse SIM À DIVERSIDADE entrou para a história da cidade e da cidadania porto-alegrense para sempre. A história não pode ser contada apenas da perspectiva dos vencedores. Contar a história dos vencidos, do embate de argumentos e da correlação de forças que produziu um determinado resultado é uma tarefa que as pessoas que protagonizaram esta campanha tem orgulho em fazer!! Em boa medida, vencemos!! E seguiremos na luta cotidiana com firmeza, coerência e autonomia. Entendemos que o desafio maior do nosso coletivo é agora o de refletirmos sobre como vamos conduzir, no próximo período, o fantástico legado político da Campanha que disse SIM à DIVERSIDADE.
Célio Golin e Coletivo de Coordenação de campanha
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Arte do SSarreta
Arte Tosca, pelo menos é o que diz o Sandré Sarreta, criador das imagens psicodélicas que se vê aqui. Muita cor e bizarrice, ambientes oníricos (melhor seria dizer pesadelo em alguns casos). Visita lá no: http://ssarreta.blogspot.com//
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Mais links
Esse é do blog do Azenha e traz a lembrança, ainda viva para mim, da campanha de 1989 para a presidência da república. Relacionando com a campanha em São Paulo, onde a mídia faz horrores contra a candidata do PT:
http://www.viomundo.com.br/opiniao/a-midia-como-linha-auxiliar-na-campanha-eleitoral/
E por falar em eleições, aqui embaixo uma foto muito boa, flagrante tirado em uma passeada do Fogaça em alguma vila de Porto Alegre, lembrando a votação sacana da Câmara de Vereadores que "acabou com as carroças no trânsito da cidade".
http://www.viomundo.com.br/opiniao/a-midia-como-linha-auxiliar-na-campanha-eleitoral/
E por falar em eleições, aqui embaixo uma foto muito boa, flagrante tirado em uma passeada do Fogaça em alguma vila de Porto Alegre, lembrando a votação sacana da Câmara de Vereadores que "acabou com as carroças no trânsito da cidade".
A voz das ruas
Vale a pena dar uma passada nesse blog e ler sobre o trabalho do jornal Boca de Rua, feito por moradores de rua de Porto Alegre:
http://dialogico.blogspot.com
Tem o blog do Jornal também:
http://www.bocaderuanainternet.blogspot.com/
http://dialogico.blogspot.com
Tem o blog do Jornal também:
http://www.bocaderuanainternet.blogspot.com/
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Tributo ao Bezerra da Silva
O pernambucano Bezerra da Silva foi a voz do morro, o cantor dos compositores marginais, Partideiro de primeira, criador do estilo Sambandido e acima de tudo um artista de sucesso que transitou por vários estilos, daí as inúmeras versões e participações em trabalhos de bandas e músicos de outras vertentes como Planet Hemp, Barão vermelho e o Rappa. Foram mais de 25 discos e uma expressiva vendagem. Seu universo lírico incluía aqueles que são marginalizados da sociedade, os malandros e manés, ladrões e cagüetes, a vida no morro e seus códigos de conduta, etc.
Para homenagear esse grande artista da MPB, Marcondes e o Flagrante vão executar alguns dos grandes sucessos de Bezerra, tais como: "Malandragem Dá um Tempo", "Seqüestraram Minha Sogra", "Defunto Cagüete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada" entre outras. O esquema é fazer sambão mas também buscar outras versões como em “Candidato caô caô”, que virou um reggae/dub na gravação d’O Rappa. A banda é formada por Marcondes, voz e violão, Délcio Beleza, Baixo e voz, Marcelo da Redenção, cavaco e voz e Ladeira, percussão e voz.
O que: Tributo ao Bezerra da Silva
Quem: Marcondes e o Flagrante
Onde: Batemacumba, João Alfredo, n° 701
Quando: 03 de julho
Quanto: 5 pilas até a meia noite, depois é R$10,00
sexta-feira, 20 de junho de 2008
A última flor do fascio
Tá rolando na Blogsfera, eu adorei e compartilho com vocês:
A VEJA e o meu pai
Por Roberto Efrem Filho
Hoje, dia 10 de junho do ano de 2008, foi o dia em que meu pai cancelou a renovação da Revista VEJA. É bem verdade que há fatos históricos um tanto quanto mais importantes e você deve estar se perguntando “o que cargas d’água eu tenho a ver com isso?”. Não é nenhuma tomada de Constantinopla, queda da Bastilha ou vitória da Baia dos Porcos. É um ato de pequenas dimensões objetivas, realizado no espaço particular de uma família de classe média brasileira, sem relevantes conseqüências materiais para as finanças da Editora Abril, sem repercussões no latifúndio midiático nacional. A função deste texto, portanto, é a de provar que meu pai é um herói.
A Revista VEJA se diz assim: ”indispensável ao país que queremos ser”. Começa e termina com propagandas cujo público alvo é a classe média e, nela, claro, meu pai. Banco Bradesco, Hyundai, H. Stern. Pajero, Banco Real, Mizuno. Peugeot, Aracruz, Nokia. Por certo, a classe média – inclusive meu pai – dificilmente terá acesso à grande parte dos bens expostos na vitrine de papel. Não importa. Mais do que o produto, a VEJA vende o anseio por seu consumo. Melhor: credita em seu público-alvo, a despeito de quaisquer probabilidades, a idéia de que ele, um dia, chegará lá.
Logo no comecinho, na terceira e quarta folhas, estão as páginas amarelas da Revista. Nelas, acham-se as entrevistas com personalidades tidas como renomadas e com muito a dizer ao país. Esta semana a VEJA apresenta as opiniões de Patrick Michaels (?), climatologista norte-americano que afirma a inexistência de motivos para temores com o aquecimento global. Na semana passada, deu-se voz ao “jovem herói” Yon Goicoechea (?), um “líder” estudantil venezuelano oposicionista de Chávez e defensor da tese de que a ideologia deve ser afastada para que a liberdade seja conquistada contra o regime “ditatorial” chavista.
Não. Não é que a VEJA não conheça o aumento dos níveis dos mares, dos números de casos de câncer de pele, do desmatamento da Amazônia, da escassez da água e dos recursos naturais como um todo e de suas conseqüências na produção mundial de alimentos. Sim, ela conhece. Não. Não é que ela não saiba que um estudante não representa sozinho o posicionamento democrático de uma nação e que um governo legitimamente eleito não pode ser chamado de totalitário. Sim, ela sabe. Do mesmo modo que conhece e sabe da existência de diferentes opiniões (ideológicas, como tudo) sobre ambos os assuntos e não as manifesta. Acontece que isso ela também vende: o silêncio sobre o que não é lucrativo pronunciar.
Do meio pro final da Revista estão os casos de corrupção. Esta é a parte do “que vergonha, meu filho, quando isso vai parar?” dito pelo meu pai, com decepção na voz. A VEJA desenvolve um movimento interessante de despolitização nesse debate. Ela veste o figurino do combatente primeiro da corrupção, aquele sujeito que desvendará as artimanhas, denunciará os ladrões e revelará “a” verdade, única, inabalável. Com isso, a VEJA confere centralidade à corrupção no debate político, transformando a política em caso de polícia e escondendo o fato de que o seu próprio exercício policialesco é inerentemente político.
No fim, “todo político é ladrão” – menos os do PSDB, claro, todos “intelectuais” -, “política não presta”, o que presta mesmo é a Revista VEJA. A Revista é ainda permeada por textos de cronistas e colunistas. Estão, entre seus autores, Cláudio de Moura Castro, Lya Luft e Roberto Pompeu de Toledo. Todos dignos do título de “cidadão de bem”, conscientes e responsáveis. Evidentemente, todos de posicionamentos um tanto moralistas e um tanto conservadores. Difere-se deles Diogo Mainardi. Este, conhecido por chamar o Presidente da República de “minha anta” e por sua irreverência desrespeitosa e direitista, escancara a alma da VEJA. Mas não se engane. Não é Mainardi o perigo. São os outros.
Foram eles que meu pai um dia leu com respeito e é aquela auto-imagem que a VEJA quer – como tudo – vender. Sem dúvida a Revista VEJA é ainda mais que isso. Suas estratégias de persuasão vão muito além dos limites deste breve texto. Afinal, é ela a revista mais lida no país, parte significativa de um império da concentração do poder de informar. Seja nas suas “frases da semana”, nas quais há de costume as fotografias de uma mulher bonita dizendo bobagem e de um homem-autoridade falando coisa inteligente e importante, seja no fetiche da citação “eu li na VEJA”, faz-se ela um dos mais eficazes instrumentos de convencimento a favor da classe dominante.
Meu pai, por sua vez, é um trabalhador. Casado com Fátima, minha mãe, e pai também de Rafael, criou seus filhos com princípios que ele preserva como inalienáveis. Já votou no PT. Já votou no PSDB e mesmo no PFL (“porque foi o jeito, meu filho!”). Opõe-se a qualquer tipo de ditadura (conceito no qual incluía até pouco tempo o governo de Chávez: coisas da VEJA). Já se disse socialista, na juventude. É praticante da doutrina espírita desde menino. Discorda de mim em milhares de coisas. Concorda noutras. É um bom e sonhador homem com quem eu quero sempre parecer.
Hoje, ele cancelou a renovação da Revista VEJA, aquilo que para ele já foi seu meio de conhecimento do mundo, depois de chamar de “idiota” a entrevista daquele herói das páginas amarelas sobre o qual falei acima. Antes, havia criticado fortemente um artigo de Reinaldo Azevedo publicado na Revista, em que Azevedo falava atrocidades sobre Paulo Freire: “meu filho, veja que besteira esse homem está dizendo sobre Paulo Freire”.
Hoje, ele operou uma mudança nesta realidade tão acostumada à perpetuação do estabelecido. Hoje, para o mundo, como em todos os dias da minha vida para mim, meu pai é um herói.
Roberto Efrem Filho é mestrando em direito pela UFPE e filho de Roberto Efrem, a quem dedica este artigo
sábado, 3 de maio de 2008
Mais um período de descanso
Bem, mais um tempinho sem postar mas não extamente por falta de assuntos e sim por uma certa dificuldade de acessar a rede. Desculpas dadas vamos deixando a promessa de que semana que vem estará tudo normalizado nessa cozinha fumegante e muitas coisas legais pra contar: banda e trabalhos novos, oficinas, o Colorado e um pouquito de política vez em quando. Bem, um abraço e até mais!
terça-feira, 15 de abril de 2008
Quilombo do Sopapo
Inauguração do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo...e a Bataclã tem a honra de ser madrinha desse projeto junto com o Giba Giba e mestre Batista, direto de Pelotas. Abaixo o convite que recebemos:
Porto Alegre, 27 de março de 2008.
À
Bataclã F.C.
Prezados músicos,
O Ponto de Cultura Casa Cristal Quilombo do Sopapo, situado no bairro Cristal de Porto Alegre/ RS, é resultado de uma parceria entre a Oscip Guayí, entidade gestora do Projeto financiado pelo MINC, com Sintrajufe, concedente da casa, e a comunidade do Bairro Cristal, tem como objetivo promover a inclusão social e digital, o desenvolvimento e o resgate da cidadania de jovens em situação de vulnerabilidade social, através das manifestações culturais, e, em especial, a música.
A partir desta vocação, reconhecendo a importante contribuição da Bataclã à cena cultural de Porto Alegre e do Estado do RS, e valorizando a colaboração que o Projeto recebeu da Banda desde o início de sua constituição, o PC Quilombo do Sopapo, vem, neste momento, convidar a Bataclã F.C. para ser Madrinha do Ponto de Cultura.
O apadrinhamento é uma cultura dos Pontos de Cultura, espalhados pelo Brasil, e que tem como objetivo prestar uma homenagem a artistas das diversas áreas, músicos e bandas, que fazem da sua arte um incentivo à Cultura.
Assim, será um prazer ter a Bataclã F.C. como madrinha do nosso Ponto de Cultura e poder contar com a sua presença na abertura oficial do Quilombo do Sopapo, a realizar-se no dia 16 de abril do corrente ano.
Saudações Solidárias,
Marilise Fróes
Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo
O Ponto fica na rua Capivari, 602, bairro Cristal - Porto Alegre
terça-feira, 8 de abril de 2008
Sem Palavras
Semana passada postei criticando a postura do Grupo RBS em relação a sua tentativa de criminalizar os pedintes de rua. Na sexta feira seguinte saiu esse artigo que coloco abaixo, na mesma Zero Hora. Achei-o muito bem escrito e a sacada é daquelas que me fazem perguntar, POR QUE não pensei nisso antes??
Os sem-palavra
por Moysés da Fontoura Pinto Neto*
Na quarta-feira, Zero Hora publicou reportagem em que trata do "constrangimento" causado pelos moradores de rua. A reportagem foi seguida de debates sobre o tema, partindo-se de uma série de perguntas sobre o que fazer em relação ao "problema".
O que chama atenção na reportagem é que nenhum morador de rua teve a palavra. Nenhum morador de rua foi tratado como sujeito. Os "técnicos" que falaram sobre o tema tiveram oportunidade de fazer a abordagem que entenderam adequada, "contra" ou "favorável" aos moradores, mas jamais foi dada, em instante algum, a palavra a algum morador de rua.
Isso sinaliza um aspecto: para nós, o morador de rua simplesmente não existe. É como se ele não existisse. Nós não lhe damos a palavra porque ele simplesmente não está ali como alguém, mas como um "problema", e portanto um objeto. O filósofo Emmanuel Levinas, judeu que foi prisioneiro dos campos de concentração e viu sua família dizimada pelo nazismo, propôs, como resposta à catástrofe, um modelo de ética que chamamos de "ética da alteridade". A essência dessa proposta consiste em sempre tratar o outro como alguém, na sua plena diferença, sem que objetivemos esse outro. Levinas viu a si mesmo na condição de representação (o "judeu") e percebeu que a violência nasce quando deixamos de considerar o outro alguém pelo qual somos responsáveis. Todos lutam para definir o papel dos moradores ("pedintes", "bandidos", "vagabundos", "vítimas"), mas ninguém concede a eles o direito de falarem por si mesmos.
Preocupantes são manifestações que trataram conjuntamente o problema dos moradores de rua e da criminalidade: além de preconceituosas e desinformadas (apesar de se reivindicarem "realistas"), instigam o medo, pois, "em estado de preconceito, não existe mais indivíduo, grupo, multidão e nem mesmo, em sentido estrito, massa: apenas existe o Medo", e o medo "é o pai acolhedor que perdoa todos os filhos de sua insensatez" (Timm de Souza). É, na realidade, o combustível do fascismo.
*Professor do Departamento de Ciências Penais da UFRGS, especialista e mestre em Ciências Criminais
Por sugestão da Renata, amiga que mantém o Blog Mosaicos da Vida
http://mosaicosdavida.blogspot.com/
aqui vai a letra de EGO CITY do grande Marcelo Yuka da banda O F.U.R.T.O.
Carros à prova de bala, com vidros à prova de gente
Cor fumê da indiferença
E vão lambendo os cartões de crédito
Comprando de quase tudo; do orgulho à cocaína
de dólares a meninas
Passando em frente à réplica da Estátua da Liberdade
que nos prende ao consumo siliconizado e farpado urgente
que diz: Bem-vindo a Ego City
Lutadores sem filosofia, crianças sem esquinas
Realidade da portaria, mas só se for pela porta dos fundos
De frente pro mar, de costas pro mundo
Perderam o governo, mas ainda seguram os trunfos
Quando cair, delete o meu nome dos seus computadores
Se você insistir, o meu descanso será seu pesadelo
Lembre-se do mistério de PC, dono do Avião Negro
Porque o terno e o uniforme ainda
são os disfarces mais usados pelo crime
Tráfico de influência, tráfico de vaidade, tráfico pra ocupar
melhor lugar na corte
Bem-vindo a Ego City
sexta-feira, 4 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Isso tem que ter fim...
O grupo RBS agora quer criar o consenso de que pedir esmola na rua é crime. Só pode ser isso. Na Zero Hora de hoje há uma matéria sobre seu painel realizado ontem, dia 02/04 que versava sobre esse assunto, olha a manchete: Onde esbarra o esforço de tirar pedintes da rua. embaixo: para superar achaques (o grifo é meu), a legislação confusa é um dos obstáculos. Aí bem grande na página 4: Leis vagas dificultam ação contra pedintes.
Definições em um dicionário on line que uso:
pedinte
adj. e s. 2 gén., que ou pessoa que pede ou mendiga;
mendigo.
achaque
a.cha.que
sm (ár ash-shakâ) 1 Disposição mórbida habitual e quase natural do indivíduo. 2 Defeito moral, imperfeição, vício. 3 Imputação infundada. 4 Ato ou efeito de achacar, acepções 4 e 5. Dim: achaquezinho, achaquilho.
Confesso que fiquei meio confuso, no meu português coloquial achaque é coisa agressiva, quase extorsão mas vá lá, sei que pedir e achacar são coisas beeeeem distintas. Fico imaginado que espécie de mudança na lei seria necessário para acabar com isso? Revogar aquela parte do ir e vir? Começar, desde o berço, a diferenciar Cidadão de Achacador em potencial? Pergunto, desde quando pedir é crime? A partir de quando o grupo RBS começará a exigir a remoção física de todos aqueles que importunam os olhares dos "cidadãos de bens"? Mendigos, isso tem que ter fim, pode ser a próxima campanha do grupo, que tal?
Foto tirada do blog: 2rosas.weblog.com.pt
E-mail ao Senador
Caro Senador Pedro Simon:
Nunca votei no Sr. mas reconheço na sua história motivos mais que suficientes para não me envergonhar de ter sua representação no Senado há tanto tempo. Pelo contrário, lembro com orgulho daquela entrevista na Caros Amigos, anos atrás. Foram questões puramente ideológicas que me fizeram escolher outros candidatos. Tenho muita simpatia pelo velho PMDB e também gostaria de poder votar num correligionário seu, o Governador do Paraná, Roberto Requião. Fazem anos também que seu trabalho no Senado aponta para a busca da ética nas relações institucionais, no fazer política, discursos memoráveis cobrando dos governantes a transparência e retidão moral no trato da coisa pública.
Por todo esse passado é que me estranha um pouco seu silêncio no que diz respeito às coisas que vem acontecendo no nosso RS, mais específicamente o tal Caso Detran. Não era hora de ouvirmos um parecer seu mais incisivo sobre isso? Nem que seja pra dizer que é tudo armação de petistas para desestabilizar o governo democraticamente eleito da Governadora Yeda Crusius.
Caso sua esfera de ação nesse momento se restrinja somente às questões federais, que tal algum comentário sobre o vazamento, através de seu par Álvaro Dias, do suposto dossiê sobre os gastos do casal FHC quando na presidência?
Aguardo ansioso e sei que muitos outros gaúchos e brasileiros também aguardam seu parecer sobre tudo isso.
Um cordial abraço!
Marcelo Cougo de Sá
Porto Alegre - RS
quinta-feira, 27 de março de 2008
Minha cidade
Porto Alegre, cidade de minhas caminhadas e pensamento errantes, uma singela homenagem na semana de aniversário, que seja sempre cidade de encontros, ágora e agora, ruas de se andar a pé, cadeiras na calçada e nas sombras, praças e o Guaíba majestoso com seu Gigante às margens...são tantos os sonhos e as lutas....uma letra pra tentar explicar o meu temor:
Minha cidade parada na beira da pressa
Imensidade deserta no carnaval
E a frenética procura da brecha
Na Passarela de consumo pena capital
Iluminando vitrines que correm em paralelas
Encosto em becos estreitos e tensos corredores
Em muitas fornidas bocas de pedras e verbos
Acumulam-se na esquina de estar sempre perto
Veja, queira, compre, queime depressa
Os espaços de convívio longe dos olhares
Veja, queira, compre, queime por dentro
O paraíso novamente muda o endereço
Quando a janela amanhece
Ouvidos antes dos olhos depois as mãos
Quando o milagre acontece
Pedidos encaminhados depois da benção
Anarcotraficância em qualquer dialeto
A solidão que se move e vaza do concreto
Minha cidade exilada em grades de medo
Entre ferros e preces pra todo santo um preço.
As fotos todas da Baby, seu olhar é também uma homenagem.
terça-feira, 25 de março de 2008
Cruzes!!!!!
Esse modelo de gestão está na página do Governo do Estado. Na página 13 tem Detran ligado por uns pontilhados à Escola de Governo...
...http://img367.imageshack.us/img367/5652/modelodegesto7zi7kv8/
que será isso? Peguei no blog Zurdo-zurdo:...http://zurdo-zurdo.blogspot.com/
...http://img367.imageshack.us/img367/5652/modelodegesto7zi7kv8/
que será isso? Peguei no blog Zurdo-zurdo:...http://zurdo-zurdo.blogspot.com/
quarta-feira, 19 de março de 2008
FestiPoa Literário
Na semana que vem, sábado dia 29, estarei participando desse evento bacana, aqui embaixo a programação de toda essa função:
FESTIPOA LITERÁRIADe 27 a 29 de MARÇO/2008 (quinta-feira a sábado)
São debates, leituras, performances, exposições, shows, teatro. Tudo feito para brindar e festejar a literatura.
Três dias na companhia de diversos artistas gaúchos e nacionais.
E o que é melhor: tudo de graça.
O projeto nasce da parceria do jornal Vaia com a Livraria Nova Roma
A primeira edição da FESTIPOA LITERÁRIA (Festa Porto Alegre Literária. É festival, é festa!) acontecerá em março de 2008 e terá como convidados especiais o poeta FABRÍCIO CARPINEJAR e o escritor MARCELINO FREIRE. A FestiPoa Literária também fará uma homenagem ao poeta, tradutor e professor DONALDO SCHÜLER.
E ainda haverá uma mesa-homenagem, superespecial, à memória do crítico e poeta PAULO HECKER FILHO.
Participantes:
donaldo schüler + andré maciel + pedro gonzaga + josé degrazia + claudio levitan + fabrício carpinejar + carlos besen + luiz antonio de assis brasil + moacyr scliar + daniel feix + luíz horácio + diego petrarca + marcelo cougo + caio riter + bier + paulo bentancur + flávio ilha + richard serraria + luis augusto fischer + sidnei schneider + paulo scott + leandro dóro + lima trindade + gustavo rios + francisco dalcol + celso gutfreind + alexandre florez + marcelino freire +marcelo spalding + henrique schneider + rodrigo rosa + antonio carlos resende + ricardo silvestrin + telma scherer + luís dill + hermes bernardi + alexandre brito + everton behenck + dedé ribeiro + marcelo benvenutti + ítalo ogliari + reginaldo pujol filho + saindo da gaveta + viviane juguero + lorenzo ribas + sergio napp + christian david + marô barbieri + etienne blanchard + marco de menezes + edgar vasques + os poets
DIA 26/03- QUARTA-FEIRA (LANÇAMENTO DA FESTIPOA LITERÁRIA):
- 19hs – LIVRARIA NOVA ROMA
CLÁUDIO LEVITAN conversa com EDGAR VASQUES e RODRIGO ROSA sobre literatura gráfica.
DIA 27 – QUINTA-FEIRA
LIVRARIA NOVA ROMA
16hs - ABERTURA DA FESTIPOA: DONALDO SCHÜLLER.
Em seguida, LUIS AUGUSTO FISCHER, PAULO SCOTT, FABRÍCIO CARPINEJAR e MARCELINO FREIRE (convidados especiais da FestiPoa Literária) conversam com DONALDO SCHÜLLER.
A partir das 15hs coquetel
- 1730hs — SARAU: MARCELINO FREIRE E FABRÍCIO CARPINEJAR
- 18hs — DEDÉ RIBEIRO conversa com DIEGO PETRARCA, BIER, CARLOS BESEN, LORENZO RIBAS E TELMA SCHERER.
- 20hs – TEATRO DE ARENA - SARAU: Saindo da Gaveta, Marcelino Freire e Alexandre Florez
DIA 28 – SEXTA-FEIRA:
- 15hs — LIVRARIA PALAVRARIA: SIDNEI SCHNEIDER conversa com JOSÉ DEGRAZIA E PEDRO GONZAGA sobre tradução.
- 16hs — LIVRARIA NOVA ROMA
LUÍZ HORÁCIO conversa com PAULO BENTANCUR .“Resenha e Contra-resenha”.
- 1730hs – ESPAÇO CULTURAL CASA DOS BANCÁRIOS
Debatepapo sobre jornalismo literário: Luíz Horácio (escritor e professor de literatura), Daniel Feix (Zero Hora), Francisco Dalcol (Editor do Diário 2, revista MIX e colunista do Diário de Santa Maria), Flávio Ilha (Revista Aplauso) e Lima Trindade (editor da verbo21).
- 19hs – LIVRARIA NOVA ROMA
CELSO GUTFREIND conversa com ANTONIO CARLOS RESENDE, ALEXANDRE BRITO E SIDNEI SCHNEIDER, numa mesa-homenagem a PAULO HECKER FILHO.
- 2030hs – ESPAÇO CULTURAL CASA DOS BANCÁRIOS – SARAU FESTIVAIA (Letras e cantos) e VAIANDO O PARADE (Sarau lítero-sonoro, comandado pelo poeta e músico Etienne Blanchard)
DIA 29 – SÁBADO:- 1330hs — LIVRARIA NOVA ROMA:
LEANDRO DÓRO conversa com MARCELO BENVENUTTI, MARCELO SPALDING, HENRIQUE SCHNEIDER, ÍTALO OGLIARI, RICHARD SERRARIA E MARCELO COUGO. Em seguida, SARAU com os participantes da mesa e POCKET SHOW com RICHARD SERRARIA E MARCELO COUGO.
- 1430hs — LIVRARIA PALAVRARIA:
LITERATURA INFANTO-JUVENIL GAÚCHA: Caminhos e Problematização.Coordenação: Caio Riter.
Temas:
A poesia para crianças e adolescentes: Sergio Napp
A narrativa infanto-juvenil gaúcha: Claudio Levitan e Luís Dill
A experiência da criação: Hermes Bernardi e Christian David
Literatura infanto-juvenil e arte literária: Marô Barbieri
- 1630hs - RICARDO SILVESTRIN conversa com LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL E MOACYR SCLIAR E DONALDO SCHÜLER . “A poesia na prosa e a prosa na poesia da literatura brasileira”
Após, SARAU: RICARDO SILVESTRIN e convidados.
- 18hs REGINALDO PUJOL FILHO conversa com LIMA TRINDADE, MARCO DE MENEZES, ANDRÉ MACIEL, EVERTON BEHENCK E GUSTAVO RIOS.
- 2130hs — DEPÓSITO DE TEATRO
FESTA DE ENCERRAMENTO - Participações de Paulo Scott, Cardoso, Marcelino Freire, Lavanderia Psicodélica de Charlie Chan e convidados e Os PoETs.
LOCAIS:
LIVRARIA NOVA ROMA - rua Gen. Câmara, 364
PALAVRARIA - rua Vasco da Gama, 165
ESPAÇO CULTURAL CASA DOS BANCÁRIOS - rua Gen. Câmara, 424
DEPÓSITO DE TEATRO – rua Câncio Gomes, 218
TEATRO DE ARENA – av. Borges de Medeiros, 835
----
Idealização: Jornal Vaia
Realização: Jornal Vaia
Co-Realização: Livraria Nova Roma
Parceria: Livraria Palavraria, Espaço Cultural Casa dos Bancários, Teatro de Arena, Depósito de Teatro e Site Artistas Gaúchos (http://www.artistasgauchos.com/)
Apoio: Master Hotéis, Editora Fábrica de Leitura, Sintrajufe, Sindibancários e Livraria Nova Roma
Produção e Curadoria: Jornal Vaia e Fernando Ramos
Logotipo da FestiPoa Literária: Fabriano Rocha
Assessoria de Imprensa: Fabiane Machnacz Lima
Contatos: festipoa@gmail.com e 51-98923603
sexta-feira, 14 de março de 2008
4 Festas e Vários Cantos
Escrito pelo Serraria, parceiro em mais essa empreitada:
As festas populares no RS operam especiais transformações na vida real de muitos indivíduos. Dá para se pensar que muitas cidades, várias vezes, nem existem. Não se trata de um desrespeito a essas cidades e aos seres que ali habitam e habitaram. Mas é que diante do povo fazendo festa o que existe é apenas isso, a festa, e nada mais. O tempo fica em suspenso e a cidade é que está dentro da festa, o que sempre existiu foi a festa, a cidade é que pede licença e entra e brinca e canta e reza e dança.
Quando começamos a pesquisar sobre o tema, à medida que encontrávamos referências importantes na cultura brasileira, seguíamos em busca daquilo que já julgávamos como de fundamental importância: o contato físico e presencial com algumas dessas manifestações, à luz do que já havia sido escrito, deveria ser disponibilizado e documentado através de reflexões e edições de trechos em vídeo para que pudéssemos pensar sobre a rede de reconhecimentos que poderia dali ser estabelecida, desejo e possibilidade que queríamos partilhar com aquelas comunidades.
Leia mais:
...http://vilabrasilcodigolivre.blogspot.com/2008/03/4-festas-vrios-cantos-e-causos-do-rio.html/
As festas populares no RS operam especiais transformações na vida real de muitos indivíduos. Dá para se pensar que muitas cidades, várias vezes, nem existem. Não se trata de um desrespeito a essas cidades e aos seres que ali habitam e habitaram. Mas é que diante do povo fazendo festa o que existe é apenas isso, a festa, e nada mais. O tempo fica em suspenso e a cidade é que está dentro da festa, o que sempre existiu foi a festa, a cidade é que pede licença e entra e brinca e canta e reza e dança.
Quando começamos a pesquisar sobre o tema, à medida que encontrávamos referências importantes na cultura brasileira, seguíamos em busca daquilo que já julgávamos como de fundamental importância: o contato físico e presencial com algumas dessas manifestações, à luz do que já havia sido escrito, deveria ser disponibilizado e documentado através de reflexões e edições de trechos em vídeo para que pudéssemos pensar sobre a rede de reconhecimentos que poderia dali ser estabelecida, desejo e possibilidade que queríamos partilhar com aquelas comunidades.
Leia mais:
...http://vilabrasilcodigolivre.blogspot.com/2008/03/4-festas-vrios-cantos-e-causos-do-rio.html/
quarta-feira, 5 de março de 2008
vOLTEI
Buenas, voltei, para alegria dos meus três leitores.
Ao som do último da Nação Zumbi, Fome de Tudo, bom praca como sempre, me pus a pensar nuns negócios. Esses dias de trotes na recepção aos calouros das faculdades, principalmente a UFRGS que moro perto me mostraram uma coisa prá lá de interessante: a Bixarada toda pintada pedindo umas moedinhas pras festas com os veteranos, coisa que acho o fim da picada mas vá lá, então ficam eles andando em grupos bem alegres, coloridos, mendigando, nas ruas, na frente do supermercado, na sinaleira, enfim, nesses lugares de pedir dinheiro pros outros. Não ví nenhum preto. Será que os cotistas estão envolvidos nos trotes também? Tem uma turma de guris e umas mães, bem jovens, que vão pedir grana e comida na frente do Zaffari da Fernandes Vieira (Um super, pra quem não é daqui), volta e meia são corridos pelos seguranças do mesmo. Pois é, nesse dia, a calourada alí, bem na entrada e nada, tudo beeeem. Não tinha nenhum preto ou preta. A maioria dos pedintes, mesmo aqui no RS onde a miséria por vezes tem olhos azuis, é de cor escura, pardos, índios, negros...agora essa concorrência com a elite branquela e o pior é que os tiozinho(a)s dão a grana pra esses e umas lições de moral para aqueles. Sei lá, tudo estranho.
Mudando de assunto, pra recuperar o tempo perdido. Resolvi encher o saco de um cara, grandão da Rede Globo, que escreveu um artigo ridículo nO Globo, escandalizado que tinha beneficiário do Bolsa Família gastando a grana em eletrodomésticos e não em farinha e feijão...bem, mandei um e-mail pro cara fazendo umas perguntas, a mensagem e a resposta estão aqui:
-----Original Message-----
From: Marcelo Cougo de S
To: ali.kamel@oglobo.com.br
Sent: Wed Mar 05 10:32:51 2008
Subject: Conhecimento
Olá!
O Senhor conhece o programa Bolsa Família?
Já tentou cozinhar no chão, com lenha?
Já tentou guardar comida fora da geladeira? Sabe o que acontece?
Espero que possa se informar melhor dessas questões todas pois o seu cargo na maior emissora de tv exige isso.
Um abraço
MaR cE Lo
Resposta:
Caro MaR cE Lo,
Obrigado por seu email. As perguntas são singelas, mas agradeço o trabalho de redigi-las. Cordialmente,
Ali Kamel.
Bem, agora ele sabe que esse singelo blogueiro está se questionando também: valeu o trabalho de redigi-las?
Se quiser saber mais vai no Blog onde lí o artigo, seleciona e cola no navegador:
http://blogdomello.blogspot.com/2008/03/kamel-descobriu-qual-o-grande-problema.html
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Sempre pensei que deveria evitar nesse blog a tendência egotripística de quem escreve para sí mais que para os outros. Não vejo o n° de acessos que tenho, temo pelos resultados. Nos últimos dias pensei sobre projetos, fiz entrevista de emprego, toquei cavaco e meditei sobre a vida. Nada que mude o mundo muito.
Partindo dessa premissa, ajudar a mudar as coisas, me integro de forma modesta a essa rede de blogs que tentam, e estão conseguindo, mudar a cara do jornalismo feito no Brasil. Estou mais uma vez linkando o Blog do Luis Nassif, que está travando uma batalha e tanto com a revista Veja. Depois de muita munição gasta de maneira certeira vem aí o contra-ataque, denúncias e escândalos que, ao estilo da revista, serão levantados de qualquer boato ou mesmo inventados. Ainda tem o ataque dos sem-mídia às empresas jornalísticas que de forma irresponsável alimentaram o temor de uma epidemia de febre amarela, uma ação na justiça está sendo encaminhada pedindo punição aos jornais e revistas que prestaram esse desserviço à Nação. Acompanhem essa guerra no endereço:
...http://www.projetobr.ig.com.br//
Partindo dessa premissa, ajudar a mudar as coisas, me integro de forma modesta a essa rede de blogs que tentam, e estão conseguindo, mudar a cara do jornalismo feito no Brasil. Estou mais uma vez linkando o Blog do Luis Nassif, que está travando uma batalha e tanto com a revista Veja. Depois de muita munição gasta de maneira certeira vem aí o contra-ataque, denúncias e escândalos que, ao estilo da revista, serão levantados de qualquer boato ou mesmo inventados. Ainda tem o ataque dos sem-mídia às empresas jornalísticas que de forma irresponsável alimentaram o temor de uma epidemia de febre amarela, uma ação na justiça está sendo encaminhada pedindo punição aos jornais e revistas que prestaram esse desserviço à Nação. Acompanhem essa guerra no endereço:
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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Veja quanta mentira!!
Buenas, esse blog é um saco de gatos, ou um panelão de mocotó, o que for mais do agrado do leitor. Dou minha pequena contribuição nessa luta ingrata de denunciar as falsidades da mídia gorda linkando o blog do Luis Nassif, Veja quanta sacanagem dessa revista!! Vai lá, vale a pena ler toda a história, assim você fica sabendo o que tentam enfiar goela abaixo das pessoas. A imagem foi tirada da página da desciclopédia, verbete veja.
...http://www.projetobr.com.br/web/blog/4#6311/
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Pluméria Rubra
Meu Deus, Giba, aqueles de que tanto falas estavam a cercar o Araújo essa tarde, pouco depois de nos encontrarmos. Em meio a nuvens de cigarras e nenhuma de maconha mediam, projetavam, faziam ar de preocupação, fumavam cigarros nas pontas dos dedos. Tá certo que o Araújo Viana foi um espaço projetado, foge um pouco do que é manifestação natural, mas esse fazer pensar, querer mostrar é importante também. Podíamos nós todos cuidar um pouco melhor do que é nosso, se assim fosse entendido, da comunidade.
O encontro valeu dias, horas intermináveis que passavam rápidas demais nas cantorias e resvalos de memória, na cerca derrubada da imaginação. Tudo costurado pelo som dos tambores, pelas melodias dos velhos carnavais. A cabeça do nego é rica demais, às vezes não cabe nas palavras, transborda o verbo e vira som puro, ruído vivo das coisas que respiram. E o gesto que acompanha tudo isso busca sempre o sincopado, um couro de cavalo bem temperado ou uma caixa de fósforo já basta. Uma tarde incrível ainda pelas companhias de Carlos Hahn, trabalhando firme e forte pelo Zoom RS mais o Serraria, intelectual condutor dessa entrevista, com muita afetividade. Vai estar bastante coisa dessa conversa na edição precisa do Zoom RS, é só aguardar.
Seguimos assim a busca do projeto perfeito, captando, sentindo para depois pragmaticamente elaborar os objetivos. Fiquei com vontatde de voltar à Maquiné e levar esse papo pro seu Renato Alves e pros seus, vou ver com a gurizada. Avante Infantes da Pátria!!
Para ilustrar, um pouco de minha árvore preferida. Sua flor tem olor que se espalha pelos campos e cidades, bem vinda sempre!
Jasmim-manga
• Nome Científico: Plumeria rubra
• Sinonímia: Plumeria aurantia
• Nome Popular: Jasmim-manga, frangipane, árvore-pagode, plumélia, jasmim-de-são-josé, jasmim-do-pará, jasmim-de-caiena
• Família: Apocynaceae
• Divisão: Angiospermae
• Origem: América Tropical
• Ciclo de Vida: Perene
O jasmim-manga é uma árvore encantadora, seu aspecto exótico e suas flores perfumadas envolvem a todos. Seus caule e ramos são bastante robustos e apresentam uma seiva leitosa e tóxica se ingerida. As folhas são grandes, largas e brilhantes e caem no outono-inverno. A floração inicia-se no fim do inverno e permanece pela primavera, com a sucessiva formação de flores de diversas cores e nuances entre o branco, o amarelo, o rosa, o salmão e o vinho. Está disponível no mercado uma forma variegada da planta.
Devem ser cultivadas à pleno sol, em solo fértil, leve e bem drenado. Não é tolerante ao frio e às geadas. Pode ser cultivada isolada ou em grupos, em amplos espaços, preferencialmente longe de dormitórios devido ao forte perfume. Multiplica-se por estaquia.
Nativo da américa central, o jasmim-manga é considerado sagrado no Ceilão onde faz parte das oferendas nos templos budistas. A árvore possui caules grossos com abundante seiva leitosa e folhas somentes nas pontas dos galhos. No inverno, perde completamente a folhagem que só reaparece em novembro. De abril a outubro surgem as flores, amarelas no centro e rosadas nas bordas.
As últimas fotos são do Leonardo Melgarejo, tiradas de blog que gosto de ler:
http://www.diariogauche.blogspot.com/
O encontro valeu dias, horas intermináveis que passavam rápidas demais nas cantorias e resvalos de memória, na cerca derrubada da imaginação. Tudo costurado pelo som dos tambores, pelas melodias dos velhos carnavais. A cabeça do nego é rica demais, às vezes não cabe nas palavras, transborda o verbo e vira som puro, ruído vivo das coisas que respiram. E o gesto que acompanha tudo isso busca sempre o sincopado, um couro de cavalo bem temperado ou uma caixa de fósforo já basta. Uma tarde incrível ainda pelas companhias de Carlos Hahn, trabalhando firme e forte pelo Zoom RS mais o Serraria, intelectual condutor dessa entrevista, com muita afetividade. Vai estar bastante coisa dessa conversa na edição precisa do Zoom RS, é só aguardar.
Seguimos assim a busca do projeto perfeito, captando, sentindo para depois pragmaticamente elaborar os objetivos. Fiquei com vontatde de voltar à Maquiné e levar esse papo pro seu Renato Alves e pros seus, vou ver com a gurizada. Avante Infantes da Pátria!!
Para ilustrar, um pouco de minha árvore preferida. Sua flor tem olor que se espalha pelos campos e cidades, bem vinda sempre!
Jasmim-manga
• Nome Científico: Plumeria rubra
• Sinonímia: Plumeria aurantia
• Nome Popular: Jasmim-manga, frangipane, árvore-pagode, plumélia, jasmim-de-são-josé, jasmim-do-pará, jasmim-de-caiena
• Família: Apocynaceae
• Divisão: Angiospermae
• Origem: América Tropical
• Ciclo de Vida: Perene
O jasmim-manga é uma árvore encantadora, seu aspecto exótico e suas flores perfumadas envolvem a todos. Seus caule e ramos são bastante robustos e apresentam uma seiva leitosa e tóxica se ingerida. As folhas são grandes, largas e brilhantes e caem no outono-inverno. A floração inicia-se no fim do inverno e permanece pela primavera, com a sucessiva formação de flores de diversas cores e nuances entre o branco, o amarelo, o rosa, o salmão e o vinho. Está disponível no mercado uma forma variegada da planta.
Devem ser cultivadas à pleno sol, em solo fértil, leve e bem drenado. Não é tolerante ao frio e às geadas. Pode ser cultivada isolada ou em grupos, em amplos espaços, preferencialmente longe de dormitórios devido ao forte perfume. Multiplica-se por estaquia.
Nativo da américa central, o jasmim-manga é considerado sagrado no Ceilão onde faz parte das oferendas nos templos budistas. A árvore possui caules grossos com abundante seiva leitosa e folhas somentes nas pontas dos galhos. No inverno, perde completamente a folhagem que só reaparece em novembro. De abril a outubro surgem as flores, amarelas no centro e rosadas nas bordas.
As últimas fotos são do Leonardo Melgarejo, tiradas de blog que gosto de ler:
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Filósofo e profeta
Karl Marx, em "Miséria da Filosofia" (1846-47).
"Veio enfim um tempo em que tudo o que os homens tinham olhado como inalienável se tornou objeto de troca, de tráfico, e podia alienar-se. É o tempo em que as próprias coisas que até então eram comunicadas, mas nunca trocadas; dadas, mas nunca vendidas; adquiridas, mas nunca compradas - virtude, amor, opinião, ciência, consciência, etc. - em que tudo enfim passou para o comércio.
É o tempo da corrupção geral, da venalidade universal".
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
O cavaquinista surdo
Já tivemos na história
Um genial compositor
E se não falha a memória
Nunca precisou de doutor
Mesmo ouvindo mais que o menos
E isso não fez dele mudo
Beethoven todos sabemos
então não é um absurdo,
Ele servir de inspiração
Para um cavaquinista surdo
O papel aceita tudo
a palavra conta um mundo
alegria e tristeza
já dizia seu Raimundo
são duas caras da moeda
que jogada para cima
e isso tudo a vida ensina
muda muito num segundo
Vou ficando por aqui
Repentista nunca fui
E versinho num Cordel
até que vez em quando flui
Já contei mais do que devo
muito mais hei de contar
já que o blog é sem segredos
pra visita querer voltar
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Buenas, fomos e voltamos, o que pode parecer coisa pouca mas longe disso. Maquiné em língua Tupi é Passo das Águas e elas mostraram sua força nesse último sábado. Quase dormimos por lá. Só pra mostrar o que esperava por nós, ainda no caminho, paramos para filmar e fotografar um tornado se formando, à beira da Freeway, lado direito de quem vai pra Osório. Não foi a toa que puseram lá os cataventos...
Depois de chegar em Maquiné e descobrir o caminho para a Solidão nos pusemos a subir morro pra falar com o Mestre Renato Alves, cantador desde criancinha, inspirando a todos com sua alegria e orgulho de manter viva essa tradição. Registrado esse momento fomos em busca da Farmacinha, projeto das mulheres camponesas, onde se deu a festa. Tudo muito simples e belo. A cada estiada se via a imponência das montanhas, finalzinho da Serra do mar, e o grave ruído das águas que desciam morro abaixo.
Um pouco mais tarde que o previsto, depois das 21 hs, começou a cantoria, várias pessoas já se amontoavam na varanda, já que a chuva não dava trégua, pra verouvir as toadas de chegada e despedida aos Reis Magos, agricultores da região caracterizados como tais. Lentinha, polenta e saladas eram servidas na cozinha mais um suco de Jussara, que todos garantiam ser tão rico quanto o do açaí. Delicioso!
Nos despedimos com a promessa de me breve voltar para apresentar um esboço do nosso projeto e deixar um material com as imagens captadas. Por isso mesmo não vou rechear o blog com essas imagens, foi um pedido da turma de lá, que já deu muito e quase nada tiveram de retorno. Próxima parada, o carnaval navegante de Porto Alegre.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Confirmado:
Chegada
Agora mesmo chegamos
Na beira do seu terreiro
Para tocar e cantar
Licença peço primeiro
Meu senhor, dono da casa
Acordai, se estais dormindo
Venha ver a estrela D'alva
Que bonita está saindo
Meu senhor, dono da casa
Se escutar me ouvireis
Que dos lados do Oriente
São chegados os Três Reis
Vimos lhe cantar os Reis
E também lhe visitar
Ó de casa, casa santa
Onde Deus veio habitar
Meu senhor, dono da casa
Peço licença prá cantar
Recebei este Terno
O passado vem lembrar
Viajaremos para Maquiné no sábado, localidade de Solidão, onde, às 21 hs, saindo da Farmacinha, se dará o Terno de Reis. Agendamos conversa com o Mestre, "Seu" Renato Alves e estamos levando máquinas fotográficas, gravadores e filmadoras. Mas quem somos nós? Esse que escreve, o Serraria e o Bódi da Bataclã FC mais o Carlos e o Pedro Hahn do http://www.zoomrs.com/
A idéia é registramos essa festividade e depois organizarmos o material, junto com outros registros de festejos populares. Se quiserem saber mais sobre essa festa tem vários sites e teses. Imagens encontrei poucas, nenhuma daqui. na volta eu posto umas fotografias. O link abaixo é de um site muito bom sobre cultura popular brasileira:
...http://www.jangadabrasil.com.br//
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