terça-feira, 20 de abril de 2010

A Balada dos 3 akitas

Filmado no final da primavera de 2009.

Conflito que se desenha por área de quilombolas deflagra mais do que o aparente

Domingo, 3 horas da manhã.
Estamos parados em meio ao metro quadrado mais caro da capital do Rio Grande do Sul. Antes, passamos na avenida de um shopping classe A, por concessionária da Mercedes e por um McDonald's.
Deu pra ver algumas mansões, alguns condomínios horizontais que, de fora, mais parecem grandes prisões - chiques -, pela altura de seus muros.
O sono pegando forte, afinal, ontem havia sido sábado e a viagem de domingo não fora planejada.
Mas lá estávamos nós, uma equipe do Coletivo Catarse, Gustavo, Valentim e Bolivar, parados em frente a uma obra embargada, um "prédio pros filhos dos bacanas" - ouvimos isso outra vez que estivemos por ali.

Leia na integra no site da Catarse.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Rap Didático

O Pelota é artivista, raper e produtor musical. Articulador da Central Social, foi premiado com um interações estéticas ano passado. A proposta é das mais bacanas; Rap Didático.

Com letras que ajudam a entender o universo da gramática, certamente é um instrumento de estudo importante. Mas é mais do que isso. Com o microfone em uma das mãos e na outra um livro, Pelota simboliza o verdadeiro poder de transformação social, suas ferramentas mais eficazes; o estudo, a comunicação, a arte, a atitude. Para conhecer mais do trabalho do Pelota e da Central Social visita o blog:

centralsocialrs.blogspot.com



Para ver melhor clique em cima das imagens.

Sopapo no Teia

O Teia é um encontro nacional de Pontos de Cultura. Gente de todo o país, artistas, coordenadores de Pontos, uma grande festa da diversidade, uma oportunidade de troca única.

No encontro foi apresentado à rede de Cultura e Saúde, durante o Teia das ações, o projeto de resgate do tambor, sua história e algumas das canções compostas para o filme. Representando a Rede Sopapo estavam Sarah Brito, Têmis Nicolaidis e Sergio Valentim (Sopapo), Marcelo Cougo (violão e voz), integrantes do Coletivo Catarse, do Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre e da banda Bataclã FC, além de Diego Kurtz (cuíca), do Ponto de Cultura e Saúde Teia Viva. Tocando pandeiro, junto com a turma estava o Marcelo de Paula, do Ponto de Cultura e Saúde Vila na Trilha.

As fotos são do Jackson Brum do Circulando.

Diego Kurtz (Cuíca) e Sergio Valentim (Sopapo)

Sopapo na roda

Marcelo Cougo e o Sopapo

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Partido da Massa Cheirosa

Vejam o vídeo, acho que fala por sí. Mas embaixo tem u texto muito bom da Katarina Peixoto. Esse post é original do RS Urgente




Marco Weissheimer Rotating Header Image
O PSDB cheira mais: partido de massa cheirosa
Apr 11th, 2010
by Marco Aurélio Weissheimer.

Por Katarina Peixoto

A candidatura José Serra enfrenta dificuldades importantes, que ultrapassam o debate sobre a presença ou não do ex-governador de Minas Gerais como seu candidato a vice. Não é irrelevante sacar do bolso o slogan da campanha de Obama para tentar embalar a candidatura que se opõe à de Dilma. Revela, antes, uma falta de perspectiva e uma confusão de agenda. Talvez um celenterado acredite que Dilma se parece com Bush e Serra, com Obama. Fora da mídia das seis famílias, talvez não soe como algo razoável essa conversa de sim, nós podemos, o Brasil pode mais protagonizada pelo PSDB e ex-PFL, entre outras agremiações menos chegadas à lida democrática, porque é estúpido, além de mentiroso.

A campanha de Barack Obama, e portanto a sua agenda de campanha, orientou-se por uma posição frente à história e à tese delirante levada ao extremo pela direita estadunidense, de que não há alternativa ao destino.

No Brasil, quem sempre disse e atuou como não houvesse alternativa foi a turma que hoje apóia Serra e a quem, há mais de duas décadas, ele se juntou. Todas as críticas não racistas e não políticas levadas a cabo pela oposição à experiência do governo Lula concentraram-se na defesa da manutenção da grande agenda financista, exatamente embalada pela tese de que não havia alternativa. E o reconhecimento político, quando raramente houve, de algum acontecimento de responsabilidade do governo Lula sempre foi, pela oposição de direita, derivado de uma reivindicação – no mais das vezes delirante – de autoria.

O legado da oposição de direita ao Governo Lula não pode ser descrito como a defesa e menos ainda construção de possibilidades. E talvez aí resida o embaraço que deu lugar ao engodo do slogan feito a toque de caixa para lançamento da campanha de Serra. Talvez essa relação rançosa frente à idéia mesma de possibilidade na história seja mais determinante do que uma tentativa frustrada de manobra manipulatória velhos tempos da opinião pública, ou midiática. E esse vazio de agenda é mais preocupante do que ocorresse à esquerda do governo Lula. Porque, salvo uma ou duas seitas, os que marcharam para uma oposição de esquerda tem um mundo negativamente refletido e ressentido por que lutar (essa não quer ser uma observação desrespeitosa, em tempo).

O desmantelo da direita ao governo Lula exige muita reflexão e talvez venha a produzir algo intelectualmente robusto, porque é historicamente um fenômeno robusto. Não é exagero algum dizer que o grau de delírio e de racismo a que chegaram algumas expressões políticas ligadas à candidatura Serra revelam uma desorientação diante do momento histórico. É cedo para traçar um quadro completo, mas não para perceber que a experiência Lula presidente não causou confusão apenas do lado de cá. Ocorre, porém, de a história da direita sem agenda ser especialmente danosa e violenta. Então, o caráter cambaleante da candidatura Serra é um motivo razoável para atenção.

Fernando Henrique disse, entre outras coisas, na ocasião da convenção tucana, que é preciso trabalhar e estudar, defendendo Serra, que sempre fez ambas as coisas. O ataque foi uma reedição da ladainha fleumática contra Lula. FHC dizer isso é só mais uma nota nesse samba triste e sem cadência em que vem se embolando a oposição. Não tem importância; quem leva Fernando Henrique a sério não está entendendo o que está em jogo, no momento. O que importa, nessa declaração odiosamente classista e semeadora de irracionalidade, é ter FHC, para além de qualquer delírio pessoal que possa estar o vitimando, ter recorrido, em 2010, a tamanha baixeza.

A candidatura Dilma tem decerto fragilidades e é possível que venha a ter inúmeras disputas vinculadas à sua agenda. Há, “do lado de cá”, uma série indefinida de dificuldades a serem superadas. E há da parte de Dilma um legado de luta e de construção de possibilidades na gramática da desigualdade capitalista periférica, que engatinha na democracia. E ela sabe disso, assim como Serra sabe. Ponto para Dilma, mas um embaraço para o tucano, que não erra por ignorância, mas por desorientação e inércia históricas.

Uma das razões que saltam aos olhos para atestar a irrelevância política de Fernando Henrique é que nestas eleições, a ignorância não é categoria política da agenda classista da direita. Essa é uma razão que se tornou historicamente possível por causa da experiência Lula presidente, aliás. Outra razão que salta aos olhos é o discurso que mistura racismo, classismo, defesa de uma imaginária união nacional e de uma “verdade”, a ser jogada, disse Serra, sobre “eles”, os do lado de cá.

A cobertura que a Folha de São Paulo fez da convenção do PSDB talvez sirva para expressar, de maneira translúcida, o grau de violência a que a direita brasileira é capaz, enquanto fala em verdade e se diz popular, liquidando o possível, na história. A declaração da jornalista Eliane Cantanhêde não é infeliz pelo que diz estar reportando; nem mesmo o é pela falta de pudor e contenção em reportar o irreportável; é infeliz porque semeia o ódio, o preconceito e a intolerância.

O gesto de Cantanhêde está no que ela não fala, no que não é dito. E isso merece atenção.