segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Sábado na Vila



Conforme o combinado com o pessoal da Moradia e Cidadania fomos, Gastón e eu, participar de um evento patrocinado pelo COEP, na Vila dos Papeleiros (na imagem, esse campão vazio, depois do incêndio, antes das casas novas). Chuvinha fina e vento cortante, ingredientes básicos do inverno gaudério, não esmoreceram a vontade do pessoal em fazer um trabalho bacana. Tinha gente da odonto ensinando a molecada a escovar os dentes, recreação, distribuição de vermífugos pra cuscaiada, apresentação do Afro-Tchê e da banda da BM e claro, nosotros querendo mostrar trabalho. Não deu, muita confusão, saudável confusão, mas não rolou. Acabou sendo uma boa oportunidade de fazermos uma aproximação maior com aquela comunidade. O trabalho vai continuar e será a longo prazo, como é melhor mesmo. Foi importante constatar que mesmo numa data festiva a criançada ficava praticamente sozinha. Os pais não apareceram, alguns ficaram em casa, outros bebendo no boteco, somente as lideranças comunitárias estavam presentes. Difícil pensar que talvez essa ausência tenha se devido ao fato que não houve "presentinho", "cestinha básica", ou coisa que o valha. É uma constatação, essa comunidade, em que vários tentam se organizar em cooperativas de catadores de lixo reciclável, vive da assistência dos governos. O local, espremido entre a Castelo Branco e a Voluntários da Pátria, caminhos para saída ou entrada da cidade já foi bem mais degradado...quando conheci, fazem alguns anos, foi duro, lixo e pessoas se misturando. Depois de uma tragédia, que elas acontecem aos montes com os mais pobres, um incêndio que ninguém sabe como começou, foi feito um esforço muito grande para melhorar a qualidade de vida dos moradores do local. Hoje é uma rica duma vilinha, casas conjugadas de alvenaria, uma creche exemplar, praça, pô, ficou bacana mesmo!! O desafio agora é conter a nova degradação, pois antes mesmo das paredes serem pichadas e o reboco não aguentar a humidade, será o ser humano o primeiro a ruir. Essa é nossa missão. Mais que MORADIA, vivenciar uma verdadeira CIDADANIA. Em baixo o link do COEP:

http://www.coepbrasil.org.br/coep/regional/rs.asp

6 comentários:

alleite disse...

Oficineiro, cantor... mas antes de mais nada, poeta!! Ouço um concerto para "contrabbasso" que baixei pensando em ti, e te "escuto" falando do primeiro dia de trabalho na vila... Um lindo poeta! que tem muito a encantar, e a se encantar! Boa sorte nesse trabalho que começa!!

... e um beijo nessa boca!!

jony disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jony disse...

Velhinho! Muito legal tua fotografia escrita da real situação de quem saiu do "nada com calda" e a difícil adaptação e o não recair ou decair novamente. Gracias ao pessoal da odonto legal mesmo.Abração

Marcelo Cougo disse...

Agradeço as palavras e o beijo! Ao Jony: nada com calda é demais!!! Parece nome de música da Mocotó! Mas são essas imagens criativas que ajudam a interpretar essas dificuldades que a gente encontra, não é? Um abraço!!

Unknown disse...

Mas que bah! o velhinho agora ta se puxando nas escrita?! Mas que alegria poder partilhar seus devaneios... Mas e esse teu perfil ai? cantor do coral da igreja ou cantor de baixo da igreja? rrsrsrsr E esse negócio de mocotó? eu quero saber se tem tutanto...
Bjoes queridíssimo

Marcelo Cougo disse...

Cara Lu, cantava em cima e em baixo da Igreja, uma vela pra Deus e outra pro Diabo!!!

Tutano tá garantido, nem que seja na sessão de comentários!! Um beijão e apreça sempre!!